Muito tem sido falado sobre o provável naufrágio das grandes e tradicionais corporações e sobre o surgimento de um número cada vez maior de Startups de sucesso.Estas Startups já nasceram na era digital, possuem estrutura mais enxuta e descentralizada e são orientadas a encantar seus clientes e causar um impacto positivo ao seu redor. Já as empresas maiores e mais tradicionais costumam ter mais dificuldade em desenvolver estas competências, por conta de suas estruturas rígidas e infladas, de seus processos inflexíveis e burocráticos, de seus sistemas obsoletos e da invariável lentidão na tomada de decisão e ajuste de rota.
Mas, assim como nem toda Startup se tornará um Unicórnio (aquelas que valem mais de 1 bilhão de dólares), nem toda grande corporação está destinada ao naufrágio. Eu acredito que tamanho não pode ser considerado como um fator de sucesso…
It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent; it is the one most adaptable to change.” – Charles Darwin
As grandes organizações são mais ricas que a grande maioria dos venture capitalists e podem empregar seus recursos para adquirir agilidade e resiliência para adaptar-se às novas situações e para aproveitar as oportunidades de ampliar horizontes, conquistar novos terrenos e aprender continuamente – é melhor que esperar a disrupção chegar.
Muitos dos transatlânticos globais têm se movimentado em direção ao empreendedorismo e à inovação. O relatório “#500CORPORATIONS: How do the World’s Biggest Companies deal with the Startup Revolution”, da 500Startups e INSEAD, publicado em Fevereiro/2016, afirma que 68% das 100 maiores empresas da Forbes Global 500 está trabalhando de alguma forma com Startups.
Assim como as organizações, muitos profissionais apresentam resistência à mudança, buscando por estabilidade e pela manutenção do Business as Usual (BaU). Entretanto, a estabilidade neste mundo ágil só pode ser conquistada com o desenvolvimento da capacidade de lidar com as instabilidades.
Empreendedores são o oxigênio da inovação. São eles que fazem a diferença, ajudando, abrindo caminhos, conquistando, enxergando o que não está diante dos olhos, corrigindo erros, prevenindo falhas, motivando e inspirando outras pessoas, trazendo soluções criativas para processos, produtos e serviços.
Para empreender, é necessário saber lidar com perdas e frustrações, pois raramente se acerta de primeira quando se está seguindo um caminho nunca antes percorrido. As metodologias, frameworks e corpos de conhecimento consagrados no século 20 já não bastam para responder aos desafios de um mundo em transformação. Os gestores precisam ser tolerantes aos erros e as equipes precisam retroalimentar seus processos com o aprendizado adquirido em cada tentativa.
Também é necessário saber lidar com incertezas, pois raramente é possível estimar com precisão o resultado esperado para a empreitada e torna-se desafiador embarcar em algo sem toda a segurança de um tradicional “Business Plan”, já que é mandatório ser resiliente e flexível, ajustando a rota continuamente a cada nova descoberta / aprendizado.
Conteúdista partner W
Cristiane Kussuki
