A maioria das pessoas ainda não entende a era digital ou os modelos do mundo exponencial. Parece algo misterioso e distante. Os que já conhecem um pouco, sentem-se perdidos com a quantidade de informações e frequentemente relatam paralisia e angústia com o imenso tsunami de novidades que nos inundam todos os dias.
Há algo maior por trás da Quarta Revolução Industrial, anunciada em Davos em 2016. Este foi o evento que que deu o ponta pé oficial a todo este movimento de transformação.
Para diminuir o medo e a angústia, é preciso lembrar que todos estão surfando a mesma onda. Ninguém está protegido ou salvo da revolução que promete mudar o mundo drasticamente.
Para que tudo isso faça sentido, saiba que estamos caminhando para a Singularidade, segundo o maior futurista do mundo Ray Kurzweil. Não só singularidade tecnológica, mas global. Visualizar o macro cenário faz com que possamos compreender com mais tranquilidade as diversas mudanças à nossa volta.
A busca de propósito vem ganhando cada vez mais espaço nas conversas pessoais e profissionais. Há uma grande união dos empreendedores globais em torno dos problemas do planeta. O movimento é de inclusão, e parece que agora passaremos mesmo a praticar o SOMOS TODOS UM.
Será que acordamos do sono profundo e egóico em que estivemos mergulhados nas últimas décadas?
Mudança de era
As novidades do mundo digital impactam bilhões de pessoas ao redor do globo. Os novos líderes do mercado tem um modelo mental completamente diferente dos executivos que lideraram o mundo até agora.
Onde estavam estas pessoas que magicamente se revelaram ao mundo hoje? Estavam sendo preparadas para esta mudança, longe dos olhos do mundo tradicional. Sempre acreditei que enquanto o velho se dissolve, o novo é criado em alguma dimensão paralela.
O futurismo se encaixa como uma luva neste momento do mundo. A arte de traduzir o futuro para apoiar as decisões do presente e de criar intimidade com os novos assuntos da humanidade facilita nosso entendimento.
Os projetos em andamento mostram uma rápida evolução das disciplinas e um encontro das tecnologias físicas, digitais e biológicas em prol do ser humano. Pulamos de 1 para 7 bilhões de habitantes no planeta Terra, e em breve seremos 10 bilhões. A era digital vem resolver os maiores problemas sociais do mundo em pouco tempo.
Como isto poderia ser uma ameaça?
Com a mudança acelerada, a sociedade está disruptada. Estamos em revisão de geral modelos, retomada de valores, mudança de formatos. Nada mais será como sempre foi.
A forma limitada e egocêntrica como vivemos nos últimos 50 anos, baseada na escassez, na competitividade, no lucro pelo lucro, na sobrevivência do mais forte sobre os mais fracos dá lugar ao mundo brilhante da era digital.
A nova era tem como premissa o olhar para todo, a abundância e a colaboração. As novas regras colocam o pensar no coletivo antes das necessidades individuais, praticam a arte de compartilhar tudo, de viver e trabalhar em rede e de confiar na vida e nas pessoas, sabendo que quanto mais se doa mais se recebe, lei clássica da energia do dinheiro.
Nosso jeito de viver já mudou. Viveremos com menos, usaremos mais inteligência de consumo e não aceitaremos ser reféns de qualquer oferta ou de qualquer indústria. Decidimos a nossa existência a partir de agora.
Mundo linear vs. mundo exponencial
O mundo exponencial é o oposto do mundo linear, que vai se desenvolvendo aos poucos, de maneira gradativa. Exponencial é acima do comum e este é o tom do mundo agora. Esta realidade exige velocidade um upgrade imediato de nosso modelo mental.
O mundo velho não conseguirá conter o novo mundo, que já está em alta velocidade. Haverá mais instabilidade, mais insegurança, mais diferenças sociais em um primeiro momento. Sem isso não há como quebrar os paradigmas antigos.
Uma discussão ética é necessária. A tecnologia é neutra, e caberá ao homem fazer bom uso dela. Junto com a tecnologia, a raça humana terá que evoluir no mesmo ritmo.
As questões morais passam a ter mais valor do que em outros tempos. O deslize de valores não será mais tolerado, nem pelo mundo exponencial nem pelas pessoas que trabalham pelo bem do planeta.
A grande convergência do mundo encontra resistências de todos os lados, mas são inócuas. Entre 1820 e 1990 as antigas civilizações perderam espaço para Europa e América. Em 170 anos o PIB de 7 países do mundo saltou de 10 para 66% (EUA, Alemanha, Japão, França e Reino Unido, Canada e Itália, o G7 ).
Por causa das revoluções anteriores, o G7 criou assimetria no mundo, mas em duas décadas ele voltou a níveis iguais a 1914. As economias emergentes começaram a incomodar as potências do mundo e é aqui surge a grande rejeição e a antiglobalização dos países ricos, segundo Richard Baldwin, professor do Instituto de Pesquisas de Genebra.
É hora de equilibrar as diferenças
A convergência facilita a transferência de ideias e a capilaridade das novidades pelo globo. Já existem novas formas de ganhar dinheiro e nós brasileiros precisamos sair da tecla “reclamação da crise”. O foco agora é a retomada em novo ritmo e formato.
Os novos poderes ainda são um dilema aos olhos do cidadão comum. A mudança do mundo não tem a ver apenas com mais uma tecnologia e sim com a profunda mudança em nosso mindset. Esta sim é a grande lição de casa.
Como lidar com tudo isso na prática:
- Não ignore o assunto. Leia mais sobre e a era digital;
- Olhe para sua realidade atual e entenda o que pode mudar nos próximos anos na sua vida e no seu trabalho. Crie planos alternativos;
- Experimente algo fora do óbvio. Desafie-se a vivenciar novas realidades!
- Regule sua ansiedade ou a procrastinação. Ambos são nocivos para o seu progresso;
- Matricule-se em um curso ou evento com os novo assuntos do mundo exponencial. Aproximar-se um pouco fará com que tudo faça mais sentido para você.
Texto publicado no site Futuro Exponencial.
