Jaqueline Weigel, Gazeta do Sul, 22/03/2021 ( Imagem Skip Prichard)
Augusto Cury já dizia que a felicidade não está em prazeres imediatos, nem se revela a quem despreza o futuro e as consequências de seus atos. Queremos um mundo com igualdade, com inclusão, digno para todas as pessoas, mas o que fazemos não combina com o que desejamos.
Dignidade é uma virtude, que remete à honra, consideração, responsabilidade. Dignidade serve para classificar o que é vivido com decência, integridade e honestidade. O momento que vivemos é de luto coletivo, de choque, e não é acaso nem tragédia casual. É fruto óbvio do nosso comportamento coletivo, que segue a simplória lei da física de causa e efeito.
A população parece estar em transe, gastando energias sagradas para regar a ignorância, já apontada por Buda como a grande causa do sofrimento humano. Reclamação por todos os lados, protestos sem efeito algum neste momento grave do país e do mundo.
O Brasil virou o epicentro da pandemia no planeta e continuamos assistindo aglomerações, festas clandestinas e pessoas sem máscara ou de meia máscara nas ruas. Viver exige dignidade. É preciso honrar o que existe, ser correto com as regras vigentes e verdadeiro consigo mesmo, capaz de reconhecer nossa impotência frente à chicoteada que a Covid-19 vem dando no mundo onda após onda.
As redes sociais se tornaram um obituário. Sabíamos que havia uma pandemia grave e contagiosa em curso. Fingimos que ela não existia. Confrontamos o vírus e perdemos. Mesmo assim, poucos se dão conta da força manifestada por trás deste evento nunca vivido antes em nosso mundo.
Em poucos dias, pode faltar insumo nos hospitais para entubar pacientes graves. Você e os seus não terão atendimento. Estamos apenas no começo deste mergulho em direção ao fundo do poço. As decisões desastrosas de Brasília somada à ignorância da população que ainda acredita em salvadores da pátria deram ainda mais poder para este super vírus, e nos colocaram no lugar que estamos hoje.
Adoramos acreditar na não mudança, na volta das coisas como eram antes e somos zero antecipatórios ou preventivos. Não há vacina para todo mundo. O Brasil está mais do que atrasado neste quesito, e isto se arrastará até o final deste ano ou para o ano que vem.
Não há milagre, não há salvação imediata. Pare de reclamar, é inútil. Em 2020, fomos capazes de criar e contornar o impacto da pandemia. Porque não investimos naquilo que já se provou melhor: um jeito de trabalhar e viver mais inteligente? Quem tem comércio, deveria ter migrado para o digital, isto já se mostrou definitivo. Caímos sempre na mesma ilusão de volta ou de “novo normal”, e agora pagamos um preço alto pela nossa própria miopia.
Não há culpados, há responsáveis. Nada voltará ao normal, e não será em poucas semanas que voltaremos ao que foi nos últimos meses. Era fake life.
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