Há uma verdadeira miopia na gestão da maioria das empresas. Gestores com frases clichês como olho nas metas, foco no cliente, melhoria contínua, revisão de processos, bla bla bla…mais do mesmo. Este discurso não mobiliza ninguém. É incrível como demoramos para entender que novos tons são necessários. Áreas de RH e Diretorias tem uma real miopia, não entendem nada do mundo novo, ou se escondem atrás de conhecimento antigo. Não é preciso tanta inteligência para mudar o rumo do que não funciona. Há anos lemos sobre uma nova forma de liderar e desenvolver pessoas. O que falta? Ousadia. Falta assumir que sabem pouco sobre gente e que podem e precisam aprender coisas novas, ou entregar o assunto para quem entende.
Pessoas não são mobilizadas por metas e sim por causas. Não há fórmula padrão para treinar ou desenvolver pessoas. Processos são vivos e mudam a toda hora. Pessoas podem alterá-los e escrever um manual padrão para seguir à risca é uma enorme perda de tempo, a não ser em fábricas onde o processo é mecânico. Gestores insistem em gerenciar pessoas como gerenciam coisas. RHs insistem em modelos de treinamentos falidos. Adultos não aprendem em sala de aula, ou com fórmulas prontas, técnicas em oito passos geniais. Gastamos dinheiro e tempo demais com isso, e o resultado é medíocre. CEOs e Presidentes nunca estiveram tão insatisfeitos com seus RHs e suas diretorias. Nenhum projeto genial acontecerá enquanto o grupo de elite for míope e delegar pessoas à áreas de Recursos Humanos. Transforme-os, desafie o status quo, mude o que nunca funcionou. Ou os demita. Há limite para as intervenções e existem pessoas que não querem aprender, nem ousar, nem mudar, nem questionar. Estamos em tempos de desconforto não de acomodação. Algumas empresas parecem verdadeiros circos onde ninguém se entende e onde as pseudo-comunidades se relacionam de forma superficial. O que falta para que o que precisa ser feito seja feito? Eu respondo: coragem de levantar o tapete e sacudi-lo. Quem está no comando deve enxergar tudo isso com clareza, antes que seu próprio tapete seja levantado. Empresas maiores trocam o CEO ou o Presidente. Outras sofrem por décadas o efeito da má gestão. Ou desaparecem.
