O coaching tem sido a tendência inovadora direcionada para abertura de novos caminhos
Jéssica Ferreira
jessica@riovalejornal.com.br
O sonho em crescer profissionalmente, ou ainda mais, ser realizado não somente em ganhar dinheiro como estar acima de tudo feliz em sua ocupação, são objetivos da maior parte das pessoas no país e no mundo. Porém, crescer profissionalmente dentro de uma empresa, chegar a um cargo de liderança não tem sido a conquista da grande maioria. Um processo que visa dar impulsos em sua carreira é o coaching, isto é, uma profissão que desenvolve atividades nas quais se promove o autoconhecimento, mas, além disso, empodera o coach para que ele se torne plenamente capaz de se auto gerenciar e de influenciar o ambiente externo. Segundo Jaqueline Weigel, Coach Executiva, PCC (Professional Certified Coach), pela ICF e diretora da Weigel Coaching, um coach é um excelente investigador, que através das respostas, leva seu cliente à reflexão, traz clareza, entendimento e consciência para que a mudança ocorra na prática. Em entrevista ao Riovale Jornal, Jaqueline nos destaca alguns pontos referentes a seus artigos sobre o que é um coach e o processo de Coaching.
No mundo empresarial dos dias de hoje, as adaptações estão em modelos antigos, porém o mesmo está sofrendo alterações, e estas incluem a forma de viver, o modo de conduzir os negócios e aqueles que se tornarem resistentes às mudanças tendem a desaparecer. Jaqueline Weigel ressalta o fato deste tal desaparecimento, isto é, a cultura da hierarquia está, em termos, “falindo”, pois estamos rumando a novos conceitos no mundo empresarial. “As empresas não têm mais este organograma a que estamos acostumados, isto é, elas são mais laterais, pois a cultura é diferente. Estamos vivendo um ‘shake’ econômico, ou seja, a economia está sendo bagunçada no mundo inteiro, as empresas muito capitalistas que só querem faturamentos não estão entendendo sua função social, não estão cuidando de suas pessoas e consequentemente elas vão desaparecer, não importa o tamanho, pois em estudos é comprovado que em cada 10 anos de 100 a 150 desaparecem”, explica. A partir destas mudanças de mundos, o foco é passar a pensar nos negócios. “A pessoa pode ganhar dinheiro? Não só pode como deve, porém, deve haver cuidados extremos, como por exemplo, o cliente não compra mais qualquer coisa, atenção com as pessoas que fazem seu negócio acontecer e um compromisso com a sociedade da qual fazemos parte. Tudo isso, faz com que o acionista ganhe mais dinheiro do que o modelo anterior”, acrescenta.
As empresas deixam de ser aglomeradas para ser participantes da sociedade, ou seja, passam a ser ativas com missões sociais, as mesmas estão engajadas, cuidando de quem contratam e como contratam. Seus negócios devem ser para lucro de todos, isto é, o líder passa a ter uma nova visão, de que não é melhor do que os outros, mas no meio deles, ele fará a diferença sendo uma boa influência. Assim, todos trabalham juntos, cada qual fazendo sua parte. A coach, Jaqueline Weigel, destaca também em seus artigos que a empresa passa a ver o consumidor não apenas como uma fonte de renda, mas com uma visão mais contextual. “O consumidor é integrante de um sistema. Apesar de que a maioria das empresas segue num modelo hierárquico, a nova população não vive mais assim, as coisas foram mudando, por isso, deve haver esta consciência. Por exemplo, um grande fato é a internet que mudou o mundo, mas a complexidade tem mais a ver com essas mudanças. Hoje tem buscas, possibilidades, questionamentos, enfim. O mundo ficou mais complexo, por isso, a qualidade humana deve voltar, como valores, propostas, sentidos e causas, e principalmente trabalho – que se misturou com a vida”, conta.
Grandes mudanças são destacadas por Jaqueline, entre o modelo de liderança, do trabalho e de relacionamento. “O Papa mudou e agora é a nossa vez, ou seja, ele é um exemplo de novo líder, porque ele junta o mobilizador com o treinador e com o inspirador. Ele tem uma causa maior, que é ‘o bem para todos, não somente para mim, e para minha igreja ou minha igreja está certa e a sua está errada’. O Papa não tem isso consigo – ele comanda sua igreja, porém não manda em nada, e desta forma de controle ele administra todas as situações com sucesso, no qual se tornou uma polêmica. Ele muda paradigmas, dizendo o que ninguém diz, mexendo onde ninguém mexe, enfim, ele faz o que um novo líder deve fazer: inspirar e mudar. O que hoje não é feito, amanhã a juventude entra fazendo”, relata. “São tempos estressantes, mas espetaculares”. Quebramos paradigmas, substituímos, reinventamos. O tradicional Taylorismo e a gestão hierárquica não têm espaço onde a empresa tem como premissa o poder na ponta, onde o negócio acontece. “São tempos de reinvenção, de inovação, tempos de germinação. Tempos de encontrar caminhos novos, adotar métodos novos, de absorver ideias novas”, diz.
Hoje nas empresas as equipes entregam apenas 50% a 60% de sua capacidade, ou seja, elas estão mal estimuladas entregando muito menos do que poderiam. “Pensamos este modelo antigo, com essa entrega das equipes, quais resultados serão obtidos? As empresas que utilizam metodologias do coaching recebem mais entregas, ou seja, todas estas equipes trabalham numa única linha, numa única visão, rumando para que vire uma ‘orquestra’. Uma boa empresa não se faz da soma de departamentos, por isso, deve-se ser falado de comportamento e metas, pois uma empresa que não trabalha com objetivos não adianta. Trabalhamos deixando as pessoas felizes para receber bons resultados, conversando para que haja entendimentos e equilíbrio”, explica. O foco do coaching é o comportamento, ou seja, quais são as atitudes, o que funciona, o que não funciona, as chaves que aproximam seus objetivos. O coach conduz o coachee a uma conversa interna criativa e reveladora, buscando entender o contexto, o momento atual e como chegar com mais velocidade e menos desgaste.
Muitas vezes, sozinho é difícil descobrir pontos cegos e limitações inconscientes. As metodologias diferentes promovidas pelo coaching visam ajudar o próprio cliente a encontrar respostas e seu caminho para um líder atual. Nas empresas, os empresários representam seus clientes, e por isso, buscam o coaching para desenvolver novas habilidades. Existem vários cases de sucesso, tanto na área profissional como na área de perfil, onde as pessoas conseguem evoluir com suas metas, e se sentirem felizes onde estão. Com o objetivo definido, coach e coachee combinam a quantidade de encontros ou o tempo necessário. As sessões de coaching duram o tempo que a pessoa determinar, e variam de acordo com o projeto dela.
As dúvidas podem fazer parte da carreira de qualquer profissional, se lançar no novo dá medo, e por mais traçada que esteja sua trajetória, em certos momentos é preciso tomar decisões, fazer alguns ajustes e mudanças para descobrir qual o caminho certo a seguir. Entre os benefícios que o coaching pode proporcionar aos profissionais estão: a percepção de suas limitações e resistências; iniciativa de mudanças; clareza em relação a metas; planejamento da carreira; equilíbrio entre vida pessoal e trabalho; ampliação da autoestima e da autoconfiança; aumento da motivação.
“Podemos crescer como pessoas, como empresa e como sociedade, mas é preciso tomar cuidado com o tamanho e a escala. Quanto maior, menos velocidade. O imediatismo tornou o ambiente caótico. As pessoas estão em tontura coletiva, e isto prejudica claramente o desempenho. O mundo é em geral composto de pessoas com receio e em busca de garantias que não existem. É importante não prometer nada, apenas apontar possibilidades e convidar pessoas a lutarem juntas por elas”, declara.
A coach PCC, Jaqueline Weigel, abordou de maneira bastante clara e objetiva em uma conversa com nossa reportagem os caminhos para o novo modelo de administração e negociação. Nestes tempos em que as pessoas sabem tudo, acessam tudo e observam tudo, onde não há mais segredos, e as gerações antecessoras à revolução tecnológica têm dificuldades para lidar com este mundo descoberto e veloz, as mudanças tendem a ser cada vez mais rápidas. São mudanças para melhor, onde podemos falar em um mundo sem barreiras físicas ou geográficas, o que tende à conectividade.
Jaqueline Weigel: “São tempos de reinvenção, de inovação, tempos de germinação. Tempos de encontrar caminhos novos, adotar métodos novos, de absorver ideias novas”
Jéssica Ferreira
Arquivo foto: Jaqueline Weigel