Um ebola devastador invade o ambiente de trabalho.
Entre os facilitadores, consultores e coaches corporativos, um assunto vem tomando forma: um verdadeiro Ebola se espalha no ambiente de forma jamais vista. Síndromes, transtornos, depressão, crises de angústia, pânico e patologias generalizadas, invisíveis, mas perceptíveis a quem tem um pouco de sensibilidade.
Quando entramos nas empresas para aplicar programas de desenvolvimento, imediatamente vem à tona uma espécie de Esquizofrenia Organizacional, regada de pseudo “comunidades” e rotinas defensivas. Parecem palavrões, mas quem estuda comportamento organizacional, sabe do que estou falando.
Falta de alinhamento, relacionamentos superficiais, comunicação ineficaz, dúvidas, pouca clareza dos objetivos e dos caminhos, falta de foco, problemas com priorização e, obviamente, total falta de tempo.
Conhece estes sintomas? São os sinais de um Ebola Corporativo instalado.
A pressão é para que se produza cada vez mais, sem que haja recursos proporcionais, e sob comando absolutamente confusos. Ao promover conversas investigativas, diagnosticamos um alto nível de stress, especialmente nas camadas operacionais. Tudo é prioridade, tudo é urgente, e se espera excelência e inovação. Impossível.
Ao navegar em cenários assim, ficamos felizes em poder ajudar, mas temos dúvidas sobre o que realmente estamos fazendo com as pessoas no ambiente profissional. Em nome do que tanto stress? Mais dinheiro? Mais poder? Mais mercado?
Está funcionando? Temos dúvidas. O país parou de crescer, as empresas têm andado em círculos, alguns números que mostram bons resultados, quando rastreados, mostram otimismo excessivo, manipulação e pouca sustentabilidade.
Qual é a causa de tudo isso? Pressa, ambição, falta de bom senso e falta de planejamento. Empresários e diretores deveriam tirar mais tempo para ouvir as partes, rever promessas, renegociar prazos e criar boas histórias e bons projetos. Quanto mais alto o cargo, mais difícil fica colocar os limites que mantém o sistema saudável. Como resultados temos: acionistas com expectativas irreais, presidentes trocados em períodos curtos, diretorias confusas e colaboradores esgotados.
Nosso trabalho é alinhar todo este sistema, redistribuir responsabilidades, e mudar o jeito de pensar e viver do negócio. É preciso entender que há limites, e que crescimento neste formato não trará perpetuidade.
[pb_blockquote author=”Jaqueline Weigel”][/pb_blockquote]