Quando falo com as pessoas sobre carreira, imediatamente elas ligam o assunto com o emprego atual. Emprego não é carreira. Carreira é a história profissional que criamos. Trabalhamos em média 40 anos, ou mais na vida atual. Mudamos de emprego, de prioridade, de interesse. Não existirão mais pessoas que farão a mesma coisa uma vida inteira. O planejamento profissional cabe a cada um de nós. Temos que traçar nossos objetivos de longo prazo, criar nossa identidade, conhecer nossos talentos e limitações e trabalhar para que possamos evoluir e progredir. Houve um tempo em que as empresas assumiam o papel de elaborar nosso Plano de Carreira. Bastava uma graduação, uma colocação e o resto fluía automaticamente. Este mundo já deixou de existir. Hoje cada profissional deve saber para onde vai o que faz bem, o que deseja construir e como isso se alinha às diversas etapas da carreira. Seria irreal dizer que fazer sempre o mesmo bastaria ou que ter um emprego seguro deixaria algum ser humano nutrido. Isto é o oposto da lei natural do progresso e da natureza humana, que deseja evoluir, prosperar, crescer. Desejar viver com garantias e seguranças mostra medo. Medo da vida, medo de se expor, medo de rejeição e medo de não ser capaz. E não será. Só se torna capaz quem arrisca, que vive a vida e suas nuances sem receios, com olhares de aprendiz. Empresas não contratarão mais pessoas perdidas, ou pouco qualificadas. A tendência é que quem não tem qualificação ganhe salários cada vez mais baixos, enquanto que os qualificados serão cada vez mais disputados. Faça um Plano de Carreira. Reflita, questione, descubra-se e construa a si mesmo. Não seja refém da vida ou da empresa que você trabalha. Estamos na época da grandeza não da visão pequena e limitada. Não existem garantias nem segurança. Tudo muda todo dia. Esta é a maior prova da impermanência da vida.
