Nunca tivemos tantas pessoas questionando seu momento profissional. Estamos em transição, de modelos, de planos, de estado. A complexidade e a globalização trouxeram novas e inúmeras oportunidades e por consequência muitos questionamentos. Estou na empresa certa? Faço o que gosto? Qual é meu futuro como profissional? Acertei nas escolhas? Errei? Preciso mudar alguma coisa? Por onde começo?
Há alguns anos a escolha sobre a profissão era mais simples e o caminho mais óbvio. Bastava escolher a faculdade e a carreira quase que acontecia automaticamente. Ou, sem a graduação, contava-se com o que aparecia ou com a sorte. Hoje os profissionais têm inúmeras possibilidades. Existem profissões que ainda nem existem. Podemos ir e vir, experimentar, errar, trocar, rever. Observo pontos comuns na busca atual e bastante interessantes sob o ponto de vista evolutivo. A busca de propósito, de sentido, de causa maior para o trabalho, a necessidade de ambientes saudáveis, de líderes humanistas, de um sistema que dê a sensação de progresso e pertencimento a quem trabalha. Espaço para manifestar ideias, opiniões, formas diferentes de pensar e de fazer, permissão para criar, certeza da relevância das coisas e necessidade constante de retroalimentação e progresso. Uma das causas de frustração é quando se pertence a uma engrenagem confusa com a sensação de que se trabalha arduamente e as coisas nunca acontecem a contento ou nunca finalizam o ciclo sem prorrogação e sofrimento.
No passado muitas pessoas erraram na escolha da carreira, outras mudaram de direção, outras foram tocando sem questionamento. A carreira é nossa história profissional e ela alimenta a vida, portanto precisa nutrir nossa alma. O sustento é uma necessidade legítima do ser humano, mas o salário há muitos anos já não é mais o fator mais relevante no assunto. Pesquisas mostram que ele vem em quinto lugar junto com benefícios. Somente ganhar dinheiro é uma causa muito pobre. Existe um grupo de pessoas que trabalha para sobreviver, e para esta logicamente o salário é um fator decisivo. Para jovens riqueza material ainda soa como sucesso. A medida que o sustento é garantido, outros questionamentos começam, e precisam acontecer para que se possa rever a rota e fazer ajustes. Hoje queremos ganhar dinheiro, ou pelo menos receber o justo pelo nosso trabalho, mas também trabalhar com alegria, ter certeza de que estamos contribuindo, sendo desafiados, aprendendo, evoluindo e criando uma história que nos dará orgulho, além de deixar uma marca ou fazer a diferença no mundo. Esta fórmula está ao alcance de todas as pessoas. Basta ter coragem para parar, analisar, descobrir a identidade, traçar metas significativas e agir. Contar com a sorte, indicações poderosas, conselhos ou mágica não funciona há um bom tempo. Tenha coragem de ser o que você deseja ser. Modelos anteriores padronizados fracassaram. Hoje temos a nossa disposição milhares de formas de sermos felizes na vida e no trabalho. Busque o seu imediatamente. Sentir-se feliz com o trabalho não pode ser um projeto de futuro, precisa acontecer no presente.