Que tipo de líderes o mundo precisa

por | maio 25, 2015 | Sem categoria

Gestão e liderança, temas recorrentes. Há anos venho repetindo em sala e ao longo dos processos de coaching que o ponto essencial de discussão é a consciência de que novos modelos se fazem necessários. Atuo diretamente no mercado brasileiro com Coaching Corporativo desde 2003 e percebo quão caótico tem se tornado o ambiente de trabalho. Planejamento ineficaz, falta de foco, baixa capacidade de priorizar, falta de tempo. Sintomas comuns na fase atual. O curioso é que isto nada tem a ver com a crise, e sim com o estilo de trabalho do brasileiro.

A falta de consciência especialmente dos líderes, o pensamento individualista e a gestão por departamentos criaram um verdadeiro caos operacional. Muitas vezes presenciamos uma verdadeira Esquizofrenia Organizacional. A desordem vira uma regra, a mudança constante um vício, e os problemas operacionais passam a ser assumidos como normais ou como característica do “tipo” de negócio. A verdade é que todo este discurso não passa de desculpas e bengalas nas quais nos apoiamos mediante a tontura coletiva. Aguentamos a pressão, mas não suportamos a desordem. Os super presidentes esperam super diretores, que imaginam ter super homens no papel de gestores e assim por diante. Exaustão emocional, este é o resultado. O processo operacional acaba lento, engessado, pesado.

Minha experiência em rodadas de negócio internacional mostra o quanto nosso modelo de trabalho está distante de outras versões pelo mundo. Gestões maduras contemplam o todo e não apenas as partes, olham para longe e não apenas para o presente imediato. Líderes globais tem visão de longo prazo, senso de direção, inovam e transformam as companhias que comandam contagiando as pessoas que por sua vez tem orgulho de fazer parte de um grande projeto. Novos líderes comandam equipes comprometidas, maduras, que tem clareza do papel e senso apurado de responsabilidade. As equipes são sim o retrato de seu líder. Time ruim, liderança questionável.

Um bom projeto, a visão de longo prazo e propósitos significativos atraem investidores internacionais, não apenas operações e números. É deste tipo de comandante que precisamos. O que está à frente de bons projetos e sabe como ninguém conduzir as pessoas para o futuro desejado.
Vejo presidentes no Brasil aceitarem missões impossíveis para atender os desejos de acionistas. O lucro é um desejo legítimo, mas é preciso saber como chegar lá de forma estruturada. É preciso posicionar-se de maneira clara e firme perante o mercado global. Somos um povo caloroso, flexível, capaz, mas precisamos perder o receio de fazer e falar o que é necessário para que os projetos deem certo, e muitas vezes o desalinhamento começa na presidência, onde a maioria das informações relevantes não chega e de onde o tom de liderança sai confuso e fragmentado.

Líderes precisam voltar a estudar sobre planejamento, estratégia, liderança moderna, gestão atualizada. Não temos métodos apurados, tampouco disciplina, o que muitas vezes nos faz parecer amadores.
No Japão, percebi um discurso de gestão ligado verdadeiramente em um grande plano de negócios de longo prazo, por trás de negócios de sucesso. Há compromisso, investimento, disciplina, aprendizado constante e em tempo real. CEOs e presidentes são acessíveis, aprendizes, e estão com suas equipes o tempo todo, próximos, garantindo que o grande propósito e os valores não se dispersem. Quem somos, o que fazemos e o que queremos gerar para o mundo transpira pelos poros de todos os colaboradores, a quem a empresa acolhe e desenvolve intensivamente. Não basta ter projeto, ou gerar resultado. Isso qualquer bom líder fará. É preciso criar história, construir empresas melhores, colaborar com a sociedade. Que tipo de líderes o mundo precisa agora? Como podemos ajudar a criá-los? Precisamos mudar o pensamento das organizações e suas estruturas. Precisamos apoiar novos líderes para que sejam cada vez mais conscientes do seu papel. Líderes influenciam, conduzem, geram impacto na carreira e na vida de pessoas e de comunidades. No Japão e em países desenvolvidos, percebo pessoas inteiras em seus trabalhos, conscientes, com energia e amor pelo que fazem, e com tranquilidade para produzir. Isso se constrói. No Brasil, muito já evoluímos. Na liderança, estamos atrasados, muito atrasados.

 

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