Vivemos em uma caixa. Aprisionamos a nós mesmos tentando ser o que os outros esperam, buscando um sucesso efêmero em coisas que muitas vezes realmente nada significam para nossa vida. Tentamos agradar, ser aceitos, aprovados, inclusos, admirados. Construímos castelos de areia, vidas falsas, carreiras superficiais. Quando questionados profundamente, não temos respostas. Sequer sabemos o propósito da vida, esquecemos nossos valores essenciais e acionamos em 95% do tempo nosso piloto automático. Como resultado, construímos uma vida medíocre, insignificante. Nenhum ser humano será feliz buscando a felicidade fora de si mesmo. No início da vida adulta, é mais comum a busca por independência financeira, conquista de espaço e inclusão social. Ao longo do caminho vamos percebendo que nos construímos com base em um manual de vida que sequer ajudamos a escrever, e o rompimento com estes padrões em algum momento ocorrerá. O grande tom humano atual é a busca por um sentido maior, por propósitos, pela prática de valores morais e valores individuais que nutrem a alma. Tentar atender desejos e anseios de outras pessoas nos afasta da verdadeira sensação de plenitude e saciedade com a vida. À medida que vamos nos tornando autênticos, desagradamos pessoas. E costumo usar uma pergunta simples nestes momentos: “E daí?”. O que de pior pode acontecer com você caso você não atenda as expectativas de alguém? Nas últimas décadas, criamos uma carga insuportável de demandas para que nos tornemos super homens e super mulheres. Menos, bem menos. A vida gira, o mundo anda, e somos únicos, divinos, importantes, mas irrelevantes no grande todo. O que fazemos afeta tudo e nos afeta. O que não fazemos idem, mas o mundo continuará sua evolução comigo e com você ou sem ambos. Ser gigante e pequeno ao mesmo tempo é a dualidade. Mais do que ser aceito, seja relevante. Mais do que tentar agradar, seja você mesmo, com talentos, limitações, anseios, fracassos e desejos. Esta é a verdadeira vida humana, cheia de nuances, quedas, rampas, curvas e subidas. Não vale a pena gastar uma existência tentando atender expectativas alheias. Quando estiver no alto de sua maturidade, um questionamento poderá lhe trazer sofrimento: e se eu tivesse…? Esta é a única frustração com a qual o ser humano não consegue lidar.