Um dos principais berços da mudança global
Por Jaqueline Weigel, Mentora Futurista, Educadora Corporativa e Coach Exponencial
De volta do Singularity University Global Summit em São Francisco, decidi falar um pouco desse lugar, que tem sido uma oficina de inovação do mundo. Sou a segunda Santa-cruzense a estudar na Singularity University, e um dos tantos brasileiros que estiveram lá para ver de perto notórios como Peter Diamantis e Ray Kurzweil, figuras conhecidas e respeitadas pelo mundo pela criação desta universidade futurista e pelas previsões apuradas que Ray fez nos últimos anos. A Singularity University é uma iniciativa de ambos, que teve o apoio do Google e da Nasa na formação dos grandes influenciadores do futuro do planeta. São pessoas com um novo modelo mental, que trabalham para resolver problemas sociais e globais.
O Vale do Silício não é composto somente de americanos, mas sim de pessoas de todo o mundo, que juntos lideram e influenciam a revolução digital. O grande chamado é para que através do empreendedorismo, dos negócios e da tecnologia, tornemos nosso planeta um lugar melhor para o ser humano em todos os sentidos. Já estou nesta trilha há 5 anos, quando conheci um dos fundadores da Singularity University, José Cordeiro, que me apresentou as novidade sobre o que vem por aí nas próximas décadas.
A inovação é disruptiva, não basta fazer algo um pouco diferente, e a disrupção das empresas virá de onde menos se espera. O mercado da saúde está sendo desafiado pela tecnologia e pelos novos negócios, e o próximo será o agronegócio, o que impacta diretamente regiões importantes do nosso país.
No mundo digital, algumas premissas são importantes: o que é bom para o mundo é bom para seu negócio, resolva problemas sociais através da sua empresa. Pensar só em lucro e oportunidade é mentalidade linear e capitalista, e está em fase de extinção. Crie negócios que tenham as 6 dimensões exponenciais: digital, disfarçado, desmonetizado, desmaterializado, disruptivo, democrático. Dinheiro é o resultado de impacto social que seu negócio causa, a colaboração substitui a competição, e o sucesso está no quociente exponencial de quem faz o negócio acontecer. Exponencial é o contrário de linear. Por exemplo: linear, 1,2,3,4…pensamento sequencial óbvio. 2,4,8,16,32….pensamento exponencial.
O mundo será exponencial. Não há mais lugar para o pensamento linear e para o obsoleto do mundo. Empresas tradicionais estão em sobrevida, carreiras lineares em fase de mudança acelerada, e no Brasil a falta de emprego não tem a ver só com a crise e sim com a mudança de formatos nas relações de trabalho. Busque oportunidades não emprego, garantias ou estabilidade.
Além disso, no Brasil, nosso foco continua demasiado na crise, dando pouca prioridade à inovação. Empresas precisam com urgência investir na adaptação de seus líderes para o formato exponencial e precisam criar projetos de inovação disruptiva se quiserem continuar no jogo. Não basta instalar uma startup dentro de casa, é preciso preparar a entrada da célula inovadora e criar estratégias para que a inovação seja sustentável não caótica. A tendência é que a cultura antiga crie um sistema de resistência contra o novo, mas CEOs e diretores precisam saber que inovar não é uma opção e sim uma condição para sobrevivência. Coragem e dar prioridade ao assunto são as competências de 2017.