Definir os objetivos profissionais e como distribuir currículos ajuda a diminuir a ansiedade
Roberta Gonçalves, iG São Paulo – 09/11/2010 05:55
Após perder o emprego a pergunta mais recorrente entre os profissionais é: o que fazer? Muitas respostas podem ser dadas, mas uma vale para todos: não se deixar abater.
O desânimo é um dos sentimentos mais comuns e prejudiciais para aqueles que acabam de se desligar de uma empresa e precisam começar a batalha por uma nova colocação. “É necessário lembrar que todo mundo tem seu valor e vai encontrar uma posição. Do contrário, o profissional perde a capacidade de fazer boas escolhas e acaba dando um direcionamento errado para a carreira”, afirma Jaqueline Weigel, da Weigel Coaching.
Controlando a ansiedade
Ao manter o equilíbrio emocional, o profissional evita que a insegurança atrapalhe seu desempenho nos processos seletivos. “O candidato deve estar bem para que possa demonstrar suas competências de forma clara”, afirma a gerente da divisão de finanças da consultoria Page Personnel, Fernanda Máximo.
Outra dica importante é aproveitar o momento para reavaliar a carreira e traçar metas profissionais. Especialmente porque se o profissional começa a disparar currículos para vagas que não têm a ver com seu perfil, ele dificilmente é chamado e acaba ficando ainda mais abatido. “Por mais confiante que seja, a pessoa fica abalada quando perde o emprego, mas ele deve tentar refletir sua ações no trabalho anterior, rever o planejamento de carreiras e reativar a rede de contatos”, diz Ricardo Haag, diretor regional da Asap, empresa de recrutamento de executivos. “Com isso ele vai diluindo a ansiedade.”
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Jaqueline: ansiedade pode levar o profissional a dar um direcionamento errado à carreira
Definir objetivos é essencial
Para que a ansiedade não conduza a erros de percurso, o profissional precisa seguir alguns passos importantes. Estabelecer metas é o primeiro deles. “A pessoa deve saber que tipo de trabalho quer e o salário esperado”, afirma Jaqueline. A etapa seguinte é estudar quais os caminhos para atingir o objetivo, o que inclui revisar o currículo, avaliar as formas de divulgá-lo e definir a rede de contatos que deverá ser ativada.
Disciplina
Definidos os objetivos, o profissional precisa dar início a uma rotina focada na busca da nova colocação. “No horário comercial ele não deve se distrair, pois deve entender que o trabalho dele é procurar emprego”, afirma Jaqueline.
“Atividades não ligadas à profissão, como praticar esporte, também são saudáveis, pois ajudam a manter o equilíbrio psicológico”, diz Haag.
Oportunidade de qualificação
Com mais tempo livre, o profissional pode aproveitar o momento para se qualificar mais. “Alguns executivos alegam que têm dificuldade de encontrar tempo para fazer certas atividades, por isso, pode ser uma oportunidade para fazer, por exemplo, um curso de imersão para aperfeiçoar o inglês”, diz Haag.
Fernanda, da Page Personnel, concorda e destaca que mesmo com pouco dinheiro, o profissional pode recorrer a palestras e cursos gratuitos, o que ajuda, inclusive, a reforçar o network. Leitura também é fundamental para manter-se atualizado. “Cada vez mais as empresas buscam profissionais com visão estratégica e de mercado”, afirma Haag.
Já a especialista da Weigel Coaching acredita que o período não é o mais adequado para apostar em cursos. “Muitos vão fazer cursos, pois acham que isso ajudará na recolocação. Acredito que o melhor é conseguir o emprego primeiro, até para que possa enxergar com mais clareza quais competências técnicas deve desenvolver.”
Estabilidade Financeira
O planejamento financeiro é outro fator importante no período em que o profissional está buscando emprego. “A estabilidade
financeira está muito ligada à emocional”, afirma Fernanda.
Apesar de nem todos terem reserva financeira, já que isso é algo que deve ser pensado antes da perda do emprego, é possível tomar outras medidas, como reorganizar as contas. “Ter dinheiro dá tranquilidade para buscar uma posição adequada ao rumo que o profissional quer dar à carreira. Com isso ele diminui as chances de se tornar refém das circunstâncias”, diz Jaqueline.
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