Que Brasil queremos construir?
O país vai às ruas clamar por mudança. De que mudança estamos falando, se é o povo que elege seus representantes? Gostando ou não, a Presidente foi eleita pelo povo brasileiro. Estamos impacientes, cansados, esgotados emocionalmente. Irritados porque temos que pagar a conta dos desmandos, da incompetência e da malandragem de poucos. Uma verdade aparece: fomos coniventes com tudo isso até agora.
Fui ao protesto no domingo. Como filha de um historiador político aprecio o assunto e a discussão. O dia 15 de março foi um dos dias mais emocionantes da minha vida, e ao voltar para casa, veio a reflexão: e agora, vem o que? O que cada um de nós precisa fazer para que o grande bloco se movimente e mude?
Primeiro, entender que até agora, nosso comportamento como cidadãos foi muito ruim. Cada um do seu jeito, mergulhou em sua vida, em sua zona de conforto e com base nisso, fez suas escolhas. Tomamos decisões até então pautadas no que nos dizia respeito, e às vezes, no que nos favorecia individualmente. Permitimos que o Brasil chegasse onde está. Trocamos ler um livro pelas fofocas da Revista Caras. Quando devemos assistir discussões políticas optamos por assistir futebol. Em tempo de instruir-se sobre política e economia, achamos chato, e vamos nos divertir na roda de samba da esquina.
O Brasil é sim o país da bunda, do futebol e do samba, e agora da corrupção. Isso é incontestável.
Mais do que uma imagem, que país queremos construir? Que credibilidade queremos ter no mundo? Nossa imagem é péssima. É como se aqui, tudo fosse ao avesso, e por isso, viramos motivo de piada. Temos manias ruins, frases polêmicas, cultura questionável. Chegamos atrasados, planejamos mal, não temos disciplina, levamos as coisas para o lado emocional e não somos tão competentes quanto pensamos que somos. Coletivamente, estamos atrasados. Um país sério tem consciência coletiva elevada, tem pensamento sistêmico, senso crítico apurado e alto compromisso com a ética. Sem apologia a baixa autoestima, mas é hora de cada brasileiro olhar-se no espelho e admitir: precisamos crescer como pessoas e como cidadãos.
Cidadão que se importam com o todo, que abrem mão de seu conforto em prol do bem estar coletivo, que abraçam causas para lutar, protestam quando algo está errado, votam com consciência. Discursos como “o Brasil não tem jeito”, “aqui sempre foi assim” são completamente inúteis neste momento, e são afirmações de quem perde o jogo da vida.
Como brasileiros temos que levantar nossa cabeça, tomar vergonha na cara e derrubar qualquer governo corrupto, não importa que partido ele represente. Não é mais sobre partidos, e sim sobre faxina e restauração da ordem. A próxima eleição será em 4 anos. Falar em golpe militar é retrogrado. Impeachment por hora não é possível, e penso que a Sra. Dilma deve ficar até o final para arrumar esta lambança que seu partido e seus aliados fizeram. Talvez tudo isto seja antigo, mas o que importa agora é mudar o rumo deste barco.
O que queremos? Discursos coerentes, humildade e novas ações para tirar o país deste buraco. Os personagens do governo precisam ter agilidade na resposta ao povo que grita na rua. Panelaços até que o recado seja ouvido. Precisamos arregaçar a manga, parar de falar em crise e trabalhar junto com nosso governo para buscar saídas e oportunidades. Ano difícil sim, mas reclamar não resolve e continuar no conforto só serve para quem não quer escrever uma boa história.
“Chefes” não ouvem suas equipes
Chefe é uma palavra fora de moda. Chefia e gestor idem. O termo atual apropriado é líder. Líderes são profissionais que além de competentes para o cargo de gestão são capazes de influenciar pessoas em prol de uma causa ou uma meta. Uma boa equipe não se faz da soma de talentos individuais. É preciso mais que isso.
Como influenciar pessoas se sequer as ouvimos?
A maioria dos líderes de equipe fala mais do que ouve, distribui decretos e arremessa tarefas à longa distância, sem nenhum cuidado ou tratativa. Motivar uma equipe e mantê-la engajada é um enorme desafio. Se o anúncio mais importante continuar sendo o que a empresa precisa e o que o líder espera, não teremos um milímetro sequer a mais de produtividade. A pior forma de motivar uma equipe é anunciar em discursos recorrentes somente as grandes metas da empresa. O pensamento imediato dos colaboradores é: o que eu ganho com isso? E a resposta tem sido: mais trabalho. Altamente desmotivador.
É tempo de entender que a gestão precisa ser compartilhada. As partes envolvidas devem ser ouvidas. O liderado entende mais do trabalho em si do que o líder. Como um gestor poderia fazer com que sua equipe trabalhasse se ele não se aproxima para ouvir as entrelinhas, as necessidades, os desejos destas pessoas?
Se você é um líder formal ou informal, pense nisso. Fale menos, pergunte mais. Ouça calado, valide, considere. Tome suas decisões depois de ouvir as pessoas. Veja o que elas podem ganhar com o trabalho proposto e com a conquista de metas. Nem sempre está ligado a dinheiro. Uma coisa é fato: ninguém acorda todos os dias para trabalhar mal ou para fazer o acionista da empresa enriquecer. Fica a dica.
Comportamento – antes de dar uma opinião, peça licença para fazê-lo.
Pelo mundo – O Irã é um país cercado por montanhas. Muitos são os lugares interessantes. Se o visitar, leia com atenção as regras locais.
Dica: proteste e trabalhe pelo Brasil na mesma proporção