Espiritualidade, o tema mais relevante de nossa época
Falamos em mudança, consciência, ética e um mundo melhor. Nada disso acontecerá se não nos desenvolvermos espiritualmente. Assim como o QI, Quociente de Inteligência, o QE, Quociente Emocional, existe o QS ( Spiritual Quotient), Quociente Espiritual. Inteligência Espiritual é sobre “o porquê” da vida, sobre propósito, razão maior de existir e navegar por este mundo. Qual é o significado da vida? Qual é nossa missão aqui neste planeta? O que realmente tem importância e quais são as grandes regras de viver no bem?
Estas respostas não vêm como um raio que cai sobre nossas cabeças, precisam ser construídas como qualquer outro aprendizado. Estudamos matemática, porque não estudamos espiritualidade? Por que nos foi ensinado a crer no vazio, no sem forma, no tangível, no improvável…e porque grandes massas foram manipuladas até agora por quem deteve o conhecimento original durante séculos. A real razão da experiência humana é maior, tem mais conexões e menos limitações. A espiritualidade ilumina o caminho de quem anseia por uma vida expressiva. Vidas medianas não experimentam sensações de abundância, sucesso, realização, felicidade ou plenitude. Há uma maneira inteligente de viver a vida, há abundância por todos os lados e sequer a percebemos.
A inteligência infantil é a Inteligência Espiritual no estado puro. A alma está livre de contaminações e sabe inconscientemente a que veio. Aos poucos, o caminho vai se tornando confuso, inquietante, assustador. A parte oculta começa a tomar volume e espaço. Em algum momento começam os questionamentos mais profundos. A partir de então, desejamos encontrar uma posição interior sobre a qual nossa jornada faça sentido. Inteligência pura pode atrapalhar porque leva tudo ao estado da mente. Falta de equilíbrio emocional também, porque tira nossa clareza essencial. A Inteligência Espiritual passa por sabermos quem somos na essência e quem devemos ser nesta vida. Quebrar paradigmas é uma das regras para que a vida seja espiritualmente abundante. Não basta ser bom, ser correto e seguir preceitos religiosos. O desafio é maior.
Em 1988, com a perda do meu pai aos 46 anos, comecei a buscar respostas para a vida. Naveguei como turista na doutrina espírita, depois no budismo, na Kabbalah, Fraternidade Branca, Johrei e outros durante 15 anos. Católica de origem, descobri que todos os caminhos nos levam à mesma Luz, são apenas linguagens diferentes.
A escolha deve ser pautada pela identificação do aprendiz com as palavras, a filosofia, e principalmente as respostas apresentadas que preenchem o vazio da alma. Doutrinas são diferentes de religião, porque não tem dogmas, nem certo e errado, nem castigos, nem verdades absolutas, apenas ensinamentos. Não se discute, se aprende e usa. Doutrinas e filosofias espirituais recebem pessoas de todas as crenças e credos, e as acolhem prontamente, sem julgamentos ou tentativas de convencimento. Aprendi neste caminho que o desenvolvimento espiritual é como os demais aprendizados: sem dedicação e estudo estruturado não acontece. Chamamos a isso fé raciocinada.
Em algum momento, curiosidade não é o suficiente, é preciso disciplina para mergulhar no estudo. A fé precisa de elementos, as teorias precisam ser compreendidas e ligadas à vida cotidiana ou não se consolidam na alma e na mente. É um longo processo. Na doutrina espírita, sabe-se que a reforma íntima demora uma vida para acontecer. Na milenar Kabbalah, estudo difícil, a teoria funciona na prática. No budismo, o aprendiz nunca ficará pronto, e a iniciação passa por milhares de repetições dos diversos mantras e cânticos enquanto a experiência da vida acontece.
Dicas práticas para os iniciantes:
- Pare de esquivar-se do assunto, ele é a base de toda a vida;
- Escolha experimentar diferentes salas de aprendizado até que você se identifique com uma;
- Dedique tempo ao estudo e à leitura. Ninguém se torna médico indo à faculdade de vez em quando ou quando sobra tempo;
- Doutrina Espírita: há vários centros pelo Brasil ligados à Federação Espírita Brasileira. O estudo completo dura em torno de 8 anos. São 5 obras básicas psicografadas por Kardec, um médico cético que transcreveu respostas de um grupo de espíritos elevados, chamados Espírito da Verdade. Aprenda e viva os ensinamentos.
- Kabbalah: significa “receber conhecimento” do livro mais antigo da humanidade, a Torá, escrito em aramaico, idioma de Jesus. Zohar é o livro que decodifica os escritos da Torá. Diversos estudiosos dedicaram-se a entender os códigos, interpretados insuficientemente até então.
- Budismo, filosofia maravilhosa, cheia de conceitos que expandem o ser, desejos de felicidade, caminhos para a experimentação do estado maior da alma.
Eu diria que a doutrina espírita reformou minha alma, a Kabbalah mudou minha vida e o budismo a coloriu. Independente de que linha você venha a escolher ou a religião que você pertença, dedique-se ao entendimento. Insira aos poucos o aprendizado no seu jeito de viver. A alma vai acordando, lembrando o que já sabe, entendendo o que faz aqui e como este mundo funciona. A grandeza acontece e é possível passar a viver numa dimensão muito mais abundante, pacífica e essencial. Injete certeza, fé e generosidade em tudo que faz. A Luz e Deus estão conosco sempre. Use seu livre arbítrio de maneira que você não viva distraído de si mesmo enquanto a vida do “faz de conta” acontece a seu redor.
Deixe seu filho escolher a carreira
Em tempo de geração Y testes vocacionais não funcionam. Orientar como se há profissões que ainda nem existem? Um dos maiores obstáculos dos jovens na escolha de carreira é a pressão dos pais, que em nome do amor incondicional influenciam e as escolhas. Aconselhar é como querer que o outro pense com sua cabeça. Em um mundo complexo e pessoas com uma capacidade maior de assumir suas vidas, isto é inviável.
Quando os pais pressionam os filhos a fazer uma escolha, projetam neles suas frustrações preocupações e medos. Dar opinião é influenciar, aprovar ou reprovar. O jovem precisa ser livre para escolher aquilo que tem a ver com a sua identidade de essência, não com o que provê o sustento apenas. A carreira é uma historia que escrevemos e uma parte importante de nossas vidas. Uma das piores sensações é a de não ter feito uma escolha autentica. Garantias e certezas antecipadas não existem. Uma pessoa só dará certo na vida profissional se estiver inteira, sem sombras ou violências internas. Optar pelo sustento mas não só por ele. Gerações anteriores usaram essa forma, suja a única variável era ganhar dinheiro, e o número de pessoas frustradas profissionalmente é gigante.
Amar o seu filho é apreciá-lo como é, deixa-lo livre para escolher, dá suporte a toda e qualquer decisão sem chantagem emocional. Oferecer apoio todas as vezes que ele precisar, sem questionamentos ou frases clássicas como “eu avisei”. Isso não é amor incondicional, é ego.
Carreira se escolhe revelando identidade, talentos e valores, estudando condições que favorecem a produtividade, traçando objetivos futuros de vida e entendendo com qual segmento o iniciante se identifica. Quem faz a escolha baseado em suas verdades experimenta o caminho, e sabe que não fará somente o que gosta. Pessoas assim acabam ganhando dinheiro estabilidade e realização.
Dica – não passe uma vida distraído de si mesmo. Olhe para suas questões com seriedade Comportamento – saia de você. A vida é maior do que nosso próprio umbigo Mundo: no Japão, em tempo de cerejeiras, as pessoas se reúnem nos parques para celebrar a vida. Dura uma semana.