Futurismo, uma ciência prática

por | jan 31, 2018 | Futurismo

Uma ciência que amplia à discussão dos negócios e possibilita prospectivas para a inovação

Artigo de Jaqueline Weigel publicado no site Futuro Exponencial em 28/01/2018

 

Olhar à frente para imaginar o que ainda não existe. Prospectar o futuro para decidir o presente. Antecipar o futuro e se preparar para recebê-lo. Clareza sobre as possibilidades emergentes para a sociedade, para o mercado e escopo do trabalho. Alimentar a criatividade, fomentar a discussão e dar base para estratégias, decisões e ações no presente. Esta é a missão de um futurista. O Futurismo é prático, tangível, inteligente.

É sobre transformar ideias em práticas para adaptar algo que já existe ou para dar vida ao que ainda não conhecemos. É pensar no absurdo, inventar o extraordinário, romper as barreiras da mente e os padrões fechados do mundo linear. É transcender de forma quase que infantil e ingênua.

Uma época de profundas transformações

Estamos vivendo a mais profunda transformação da raça humana. Das 10 megatendências apontadas por Gerd Leonhard para os próximos 20 anos, a rehumanização aparece como a última etapa, quando o novo ser humano faz sua reentrada no planeta de forma mais evoluída, moral e fisicamente.

Quais os riscos de continuarmos conduzindo os debates somente em torno de tecnologia e das inovações com foco no curto prazo? O Futurismo é uma disciplina, uma ciência que traz como proposta uma visão maior e sistêmica da interligação de todos os desafios globais. É possível aplicá-la na prática e usá-la como guia condutor na transformação dos negócios para a versão digital.

Fundamentada em dados, padrões, tendências, esta nem tão nova disciplina se apresenta ao mundo com método práticos, que fomentam algo essencial para mudança humana no ambiente de trabalho: a construção colaborativa, consciente e progressiva de um novo pensamento, e, como consequência, a criação espontânea de uma nova cultura dentro das organizações, chave para nosso sucesso a médio prazo.

Futuristas estudam em escolas de Futurismo, participam de networks globais, e aliam suas expertise para criarem complementariedade em torna da grande missão, que é fazer o mundo pensar como um organismo conectado.

São muitas as escolas de Foresight pelo mundo. É uma profissão séria, que exige estudo, dedicação, experimentação e realizações na prática, e nada tem a ver com previsões ou adivinhações. Simboliza claramente a estratégia moderna, representa o conceito dos novos tempos e traz um olhar mais ponderado e maduro sobre o planeta e seus desafios. Os ecossistemas de inovação são grandes oficinas de futurismo empírico na prática.

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Um dos meus propósitos é propagar o futurismo sério (Crédito: Fotolia)

Experiências assim podem ser incríveis, mas estudos de aprendizado humano e trabalhos de campo nos meus últimos 14 anos mostram que o aprendizado estruturado e guiado economiza tempo, energia e recurso.

Vivemos um momento acelerado e explosivo. A onda 4.0 invade os negócios, a indústria e a mídia. Há anúncios por todos os lados sobre novas descobertas ou as belas iniciativas do mercado digital. O World Economic Forum nos chama à consciência e revela o tamanho do desafio global.

Além de responder o que você deseja para o Brasil, que tal refletir sobre o que você deseja para sua empresa ou para sua carreira na próxima década? Precisamos ligar tudo que está acontecendo no mundo com a nossa realidade, para criar algo concreto e possível imediatamente. Soluções de prateleira na era 4.0 não existem. Estamos construindo o futuro juntos e cada um tem um papel relevante.

Futuristas brasileiros

No Brasil, já temos futuristas importantes: Rosa Alegria, Tiago Mattos, Daniela Klaiman, Jacques Barcia, Arnaldo de Hoyos, Lala DeHeinzelin, Peter Kronstrøm, Marcos Formiga…. Cada um com um tipo de contribuição relevante. São profissionais que ensinam sobre a disciplina, promovem a discussão, trazem novos visões, fomentam a imaginação para que grupos tenham insights e definam ações práticas em torno das possibilidades e do que se deseja construir a partir das discussões coletivas.

Estou na lista do Brasil e um dos meus propósitos é propagar o futurismo sério e protegê-lo da vulgarização que habitualmente acontece quando o assunto fica pop. Debates e encontros sem uma rota clara e uma amarração clara podem se tornar perda de tempo. Não temos tempo para desperdiçar.

As práticas de Futurismo propõem o uso de metodologias de diferentes escolas do mundo e dão suscetibilidade na criação da cultura de inovação dentro das empresas e da criação de trilhas individuais para o futuro desejado. A diferença entre as práticas que conhecemos e a prática dos futuristas é amplitude da discussão.

Aliar Prospectiva Estratégica à rotina do negócio dá início à construção de um futuro possível, criado por todos os envolvidos. Um dos impactos positivos é a diminuição da resistência e do conflito, tão tóxicos para o ambiente de produção. Este assunto fará parte das discussões de negócio, governo e sociedade.

Novas disciplinas surgem a partir de necessidades e se popularizam quando a necessidade aumenta. Falar do presente é nossa única saída, já que é o que existe de fato. Considerar o futuro, trazer possibilidades para perto, tornar o impossível possível nos faz crescer como comunidade humana e desmistifica alguns paradigmas em torno da renovação do mundo.

Os desafios são gigantes! Há evidências de melhoria e, ao mesmo tempo, nunca houve tanta desigualdade entre os povos. O tradicional ainda resiste ao novo, mas vem se rendendo aos poucos. Cientistas e a comunidade global debatem os princípios éticos da tecnologia e de sua integração com o homem. O futuro é mutante e plural.

Precisamos tomar posse deste assunto para que juntos sejamos capazes de unir as peças importantes e assim fazer a roda girar para que o novo mundo se instale sem tantos traumas. O avanço é inevitável. O Futurismo nos convida a olhar para o médio e o longo prazo sem perder o foco nas ações do presente.

Aplicando a ciência do Futurismo

Costumo dizer que ele dá um sentido maior para o momento, traz algumas possíveis respostas e muita clareza sobre um possível destino nas próximas décadas. Alguns exemplos de onde a ciência do Futurismo é aplicável:

1. Em estratégias de governo

2. Como base para Inovação nos Negócios

3. Para trazer maturidade à novas gerações frente às status

4. Nas discussões globais sobre sustentabilidade e economia

5. Como suporte para Transformação Digital de Negócios

6. Nos debates sociais, trazendo didática, empatia e proximidade ao que pode acontecer no mundo

7. No planejamento da carreira para as novas profissões do mundo

O mundo já despertou em relação à urgência do assunto. Com 3,8 bilhões de pessoas conectadas, as novas ideias se espalham simultaneamente. Precisamos conhecer o grande filme em cartaz no planeta, não apenas pequenos capítulos. Falar de inovação e tecnologia sem que o debate esteja fortemente apoiado em disciplinas que integrem tudo que o este movimento envolve, seria como jogar uma partida de futebol sem entender que há um campeonato.

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O Futurismo nos convida a olhar para o médio e o longo prazo sem perder o foco nas ações do presente (Crédito: Unsplash)

Contexto, demanda, foco e conexão com a realidade de cada um são necessários para que nosso cérebro reconheça o assunto e o processo ocorra de forma lógica e construtiva Os desafios do mercado brasileiro 2018 será um ano de retomada. As tecnologias exponenciais já invadiram o mercado.

A reciclagem pessoal e mudanças politico econômicas são inevitáveis. Há muitos desafios na era digital: infraestrutura, legislação, cultura e a escassez de talentos digitais. Tornar-se digital é essencial para a continuidade da carreira e vai além de apps e dispositivos. É um novo modelo mental e uma nova forma de pensar e atuar no mercado de trabalho. Precisamos nos unir todas as pontas.

O ecossistema do planeta precisa de todos nós: futuristas, empreendedores, investidores, profissionais, governo e sociedade. Nos países onde a inovação mostra sucesso, há um forte ecossistema apoiando o movimento. Futuristas bem preparados contribuem imensamente com a criação de um futuro abundante sem perder de vista a discussão ética e o que precisa de atenção e discussão imediata.

Inclua um futurista nos debates. Em poucos anos seremos todos futuristas, ambientalistas e trabalhadores do novo mundo. Os sinais estão por todos os lados. Trends são pontos de atenção e vão muito além do que lemos na mídia todos os dias. Big Data, AI, IoT, Genética, Robótica são ferramentas sensacionais para que a humanidade se transforme em uma raça mais inteligente e conectada com o todo universal.


Jaqueline Weigel – Futurista, Humanista e Mentora de Inovação e Liderança Exponencial

W Futurismo | W Future School

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