PUBLICADO EM: 10 NOVEMBRO – 2020 no site https://www.mundocoop.com.br/gestao/foresight-o-olhar-para-o-futuro.html
Para complementar as novas demandas do mercado, o foresight, ou estudos do futuro, vem surgindo no mundo corporativo como uma metodologia prática e eficaz.
Nos dias de hoje, existe uma forte fixação na discussão sobre como agir no presente para ter sucesso no futuro e com as demandas de mercado aumentando intensamente, os modelos de negócio estão se transformando muito mais rápido do que no passado. Há quem diga que o futuro é incerto, mas será que é mesmo?
Parafraseando o poeta e dramaturgo, Victor Hugo, “o futuro tem muitos nomes. Para os fracos, é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes, é a oportunidade”. Desconhecida por muitos, a disciplina de Estudos do Futuro é uma ciência recente que usa metodologias e ferramentas de uma maneira mais pragmática, para que exista a possibilidade de analisar sinais de mudança e criar futuros mais estruturados e não apenas inovar. Porém, como funciona exatamente esse sistema?
Muitas vezes atrelada à relação de futuro, é cada vez mais comum ouvir a palavra “inovação” no meio corporativo, principalmente com o acesso cada vez maior às ferramentas tecnológicas que facilitam as mudanças de mercado. Porém, de acordo com a CEO da W Futurismo, Jaqueline Weigel, existe uma estreita diferença entre esses dois conceitos. “A inovação é uma resposta imediata às novas demandas, porém é um caminho de curto prazo. Já o foresight, ou estudos do futuro, é o caminho de longo prazo (…) e mesmo em mundo super volátil, nós podemos sim olhar para sinais mais distantes para entender melhor o que a gente precisa fazer a partir de hoje”.
Com as transformações do mundo alavancadas pela quarta revolução industrial, se faz necessário que governos, instituições e organizações profissionais entendam que podem acelerar e moldar o futuro preferido, se antecipando para lidar com futuros que vão se anunciando aos poucos e que não precisam ser exatamente uma surpresa. “Todos os profissionais e todas as empresas precisam viver o presente, mas tendo um modelo mental orientado para o futuro, que é considerar a incerteza como um recurso e os sinais de mudança constantes como pauta da prática organizacional”, complementa Weigel.
Foresight, traduzido para o português, significa prospectiva, que nada mais é que o conjunto de estudos a respeito de fenômenos tecnológicos, científicos, econômicos, sociais e ambientais que procura prever a evolução futura. Dentro dessa disciplina de Futurismo, além do termo foresight, a Prospectiva Estratégica, ou Strategic foresight em inglês, ganha destaque e vem complementando os planejamentos estratégicos tradicionais das organizações.
Com isso, a prática de construir um futuro com ações definidas se torna mais efetiva dentro de um negócio, que deixa de sofrer com as pressões imediatistas. De acordo com a palestrante futurista e presidente da Five Years From Now – um espaço de reflexão sobre o futuro dos negócios -, Beia Carvalho, “quanto mais apostamos que o futuro é uma extensão do presente, mais no passado estamos”.
Representando um modelo de pensamento, o estudo do futuro é muito robusto e hoje no Brasil temos poucas pessoas que sabem aplica-lo. Por isso, nesse novo processo de mindset, as empresas precisam primeiro aprender o que é essa metodologia com profissionais especialistas no assunto para depois inserir como uma prática do dia a dia. “O futuro não é mais um assunto à parte. Toda essa conversa, esse glossário, precisa ser incorporado na cultura da empresa”, ressalta Weigel.
Sendo feita de forma automatizada, esse novo modelo estratégico permite que vários tipos de ferramentas e tecnologias sejam utilizados em todas as etapas com o objetivo de fornecer com mais precisão as previsões. Contudo, vale ressaltar que é preciso investir em uma boa coleta e análise de dados, pois a suposição se inicia com fatos.
Um novo modelo de futuro
O questionamento sobre o futuro dos negócios deve ser constante e refletir sobre metas é o primeiro passo. Porém, nesse caminho, existem perguntas complexas que devem ser feitas para encaminhar os novos projetos e processos de inovação. Porque a empresa existe? Qual futuro que seu negócio está criando? Onde você quer estar/chegar? Que falta faria seu negócio no mercado? Como ele poder ser em 2, 5 ou 10 anos? O que precisa mudar nos processos?
Entender a relação entre ter uma visão clara do presente, compreender o passado e elaborar estratégias para o futuro é a premissa básica do foresight, que mostra como a inovação precisa ir além e fazer parte da cultura de determinada organização. Para Beia, a inovação não é uma coisa ou um produto, mas sim uma mentalidade que tem a ver com a cultura das empresas e com o jeito de pensar a inserção no mundo, quer seja dentro de sua casa, comunidade ou empresa. “Para indivíduos e empresas não-negacionistas, a COVID-19 nos trouxe o exemplo nu e cru da velocidade exponencial, do alcance da atuação global e da complexidade do século 21. As organizações que compreenderem que o mundo será cada dia mais complexo, entenderão que tipo de equipes e líderes têm que ter a sua volta para enfrentar os novos futuros’, frisou.
A verdade é que sempre irá existir o futuro possível, que é o que pode acontecer; o plausível, que é o que todo mundo quer e o preferido, que é o que você escolhe. O mercado não mudou por causa da pandemia, ele foi acelerado e obrigou as empresas a darem um passo mais avante no caminho da digitalização. E, hoje, digitalizar não é mais uma opção, é uma premissa, mas a tecnologia precisa ser questionada para que tenha ética.
Para as cooperativas não é diferente! Conforme Jaqueline, o cooperativismo pode criar espaços em laboratórios onde o foresight possa ser aplicado para que as pessoas sejam alfabetizadas para esse futuro e possam ir muito mais além da inovação, pois a inovação não é mais suficiente para se manter no mercado nos próximos cinco ou dez anos. Sendo assim, elas podem trabalhar juntas em frentes diferentes, abraçando o futuro como algo que já faz parte do seu DNA.
Seguindo esse caminho, conseguimos evidenciar que nesse futuro, cada vez mais plural e disruptivo, a inovação está diretamente relacionada com a coexistência da diversidade. “As gerações são apenas uma das diversidades que temos que cultivar em nossas empresas – juntamente com a diversidade de raça, credo, sexo, gêneros, habilidades’, afirmou Beia.
Enquanto a sociedade existir, haverá problemas a serem resolvidos e a busca por essas soluções deve ser essencial. Agora, principalmente aqui no Brasil, existe um dilema muito presente quando a questão é estudar o futuro, que se baseia no fato de muitas pessoas ainda confundirem a inovação com o foresight! Não podemos prever o que vai acontecer em 2030, pois ninguém sabe, “eu acho que a grande pergunta que o foresight responde para as organizações é o exemplo de como construir um futuro (…) só vai ter um espaço de destaque no futuro, quem criar o que ainda não existe. E todo mundo é capaz de fazer isso e isso a gente chama de alfabetização para futuro”, finalizou Jaqueline.
Assim como dito no começo, o futuro é um caminho cheio de oportunidades para quem se permitir enxerga-las, mas não basta esperar que as coisas aconteçam. Com o mundo mudando a cada segundo, para fazer a diferença e se preparar para o depois, é preciso pensar o que fazer no agora!
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