Frequentemente empresas como a Kodak, a Xerox, a Blockbuster são citadas na história como grandes fracassos no mundo dos negócios, extintas pela falta de visão e de inteligência antecipatória de mercado.
As mudanças sempre existiram e emitem sinais em todos os tons e intensidades, e na virada desta década, os gritos de transformação são exponencialmente alarmantes.
As diferentes teorias de mudança abordam a alteração na ordem, na natureza, nas relações e no comportamento da sociedade, e nos ajudam a entender padrões que se repetem de tempos em tempos.
Os últimos quatro anos, o mundo debate intensamente a transformação do planeta, em todos os aspectos: cultural, político, tecnológico, ambiental, social e corporativo. Muitos estrategistas talvez não deram a devida importância ao assunto, limitando-se a tímidas iniciativas de inovação incremental ou inovação pseudo disruptiva.
A negação e o adiamento do assunto, trará um ônus significativo para os negócios e para a carreira dos executivos tradicionais: na passagem do século 20 para 21 muitos ficarão para trás, mesmo os que tem uma ampla experiência anterior bem sucedida.
Futuristas são profissionais antecipatórios, que previnem, preparam, ensaiam futuros plurais para pavimentar caminhos mais sólidos do presente para o futuro. Foresight vai muito além de Trends & Cenários, que em seus antigos frameworks servem pouco na prática. Simulamos futuros e consideramos mais do que um caminho, mais do que uma estratégia e usamos a incerteza como o grande ponto de vantagem competitiva para negócios de diferentes segmentos e tamanhos.
O futuro é imprevisível, mas a disrupção é pura inteligência antecipatória, amparada por robustas metodologias de futuros.
A digitalização dos negócios ( que vai muito além da inserção de tecnologia ou da digitalização de processos ), o uso inteligente de recursos materiais, o staff sob demanda, a gestão pós-moderna, redes sociais, multidões e comunidades, User Experience e tantos outros termos da moda, já mostravam claramente que a estratégia dos negócios precisava mudar radicalmente. O planejamento estratégico tradicional não atende mais o ritmo do mundo.
No entanto, diversas empresas continuaram investindo em antigos modelos, que exigem propriedades caras, construções megalomaníacas, modelos americanos importados, contratação de um exército de trabalhadores, lojas físicas, pouca preocupação real com o meio ambiente ou com outros objetivos que vão além de metas financeiras. Frente à pandemia, empresas como estas foram impactadas drasticamente, e o negócio passou a ter um risco gigante de encolhimento ou extinção. Muitos megalomaníacos da história acabaram falindo, porque a visão extraordinária se transformou em tolice egocêntrica.
Além dos modelos, empresários que conduzem empresas como a Havan ou o Madero, por exemplo, não compreenderam até agora o quanto a reputação moral das empresas e o que o empresário acredita ou fala, define quem fica e quem sai do mercado, o famoso sétimo D digital: dispensado ( dismissed) .
Em compensação, empresas como o Magazine Luíza, queridinho da pandemia, trabalhou intensamente na digitalização do seu negócio, e rapidamente contornou o cenário com o anúncio da pandemia, disponibilizando sua plataforma para diversos outros negócios despreparados para o mundo digital. O cenário temporário tende a se transformar no cenário definitivo a partir de 2020. O Magalu é absolutamente engajado com a sociedade, com a experiência do cliente e com o novo rumo do mundo, que influencia diretamente todos os negócios do planeta.
O pensamento cristalizado de alguns executivos, pragmáticos e resistentes em excesso, comprometerá seu legado profissional, e é uma pena, porque muitos deles são brilhantes e construíram coisas incríveis que nos trouxeram até aqui. O preço da não antecipação ou da visão cristalizada é muito alto em tempos de complexidade aumentada.
O colapso entre o velho e o novo mundo está por todas as partes, e os humanos são ótimos em se reprogramar. Aos poucos vamos experimentando o novo e o transformando no modelo vigente.
Há muitas lições no ano de 2020, que começou anunciando mudanças profundas. Não estar desperto ou aberto para os constantes sinais de mudança faz com que profissionais e empresas corram o grande risco de se tornarem os novos fracassos da história global. Quanto maior a empresa, maior o risco. Esta é a época onde muitos Davis derrubarão Golias agora de fato!
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