A Transformação Digital
Jornal Gazeta do Sul, RS , por Jaqueline Weigel
Há 3 tipos de empresa hoje no mercado: as tradicionais, as que nascem digitais e as que estão em busca da transformação digital. A sobrevida de modelos anteriores está declarada. As grandes empresas tornaram-se lentas, caras, burocráticas e não atendem as necessidades do novo consumidor. Perderão cada vez mais mercado, e rapidamente. As empresas que nasceram digitais vêm quebrando todos os paradigmas e todas as regras de negócio. São as empresas do futuro que evoluem em velocidade acelerada e formatos exponenciais.
Transformação digital é um processo no qual as empresas fazem uso da tecnologia para melhorar o desempenho, aumentar o alcance e garantir resultados melhores. É uma mudança estrutural nas organizações dando um papel essencial para a tecnologia.
Para empresas que estão em busca, alguns cuidados são essenciais. Buscar a inovação enquanto o negócio tradicional continua, buscar novas formas e caminhos de transformação para continuarem competitivas e garantir a continuidade no mercado são movimentos que acontecem ao mesmo tempo. Para quem deseja se transformar, tornar-se híbrido é o primeiro passo. O grande ponto de interrogação na cabeça dos executivos é COMO fazer esta transformação na prática.
Eu diria que antes de pensar em como, executivos e estrategistas deveriam questionar sobre seu próprio nível de aptidão e prontidão para entender o que realmente está acontecendo com o mundo. A maioria ainda insiste em modelos obsoletos, resiste ao novo ou corre de uma palestra para outra e se inunda de informações soltas que desencontradas apenas aumentam a angústia e a dúvida. Não há fórmulas prontas, mas há caminho seguro.
Todos os segmentos serão impactados e terão que passar pela transição. Inovar apenas não basta. O modelo antigo de negocio é anti-inovação. Algumas empresas terão que renascer para garantir presença no mercado digital. A tecnologia será o Core dos negócios. Não me refiro simplesmente a TI e sim a um novo jeito de fazer negócios, com MTP, Massive Transformative Purpose, ferramentas modernas, pensando em problemas sociais e experiência do cliente, análise preditiva de dados, inteligência artificial e equipes de modelo mental disruptivo à frente do negócio.
A Transformação digital impacta a sociedade e o mercado. O consumidor está cada dia mais exigente e não é fiel à marca alguma, e sim migra para quem atende sua necessidade real. Os pilares da transformação estão ligados à tecnologia, experiência do cliente e processos, mas antes de tudo à mudança de cultura. Sem que a inovação se torne o dia a dia nada acontecerá de sustentável, e a cultura de inovação precisa ser construída. Pensamento exponencial e disruptivo também fará parte de nossas habilidades futuras e pode ser aprendido. Nenhuma transformação ocorrerá sem o engajamento de pessoas, as grandes estrelas da era digital. Tudo começa e termina com pessoas e empresários que não entenderem e não investirem neste pilar estão destinados ao fracasso no futuro emergente. Ao contrário do que se pensava, cultura não é tarefa de RH apenas, nem é construída a partir de quadros na parede. A cultura é viva, dinâmica, e surge de comportamentos praticados no ambiente. Cultura é estratégia, junto com comunicação e engenharia de transformação. Sem este colchão, a transformação digital pode ser um grande fracasso. No mercado 2/3 das tentativas estão fracassando. Na maioria das vezes, a jornada começou pelo fim. Não basta usar metodologia antiga ou copiar receitas do Vale do Silício. Cada caminho deverá ser criado, cada fórmula deverá ser construída pelas pessoas que fazem o negócio acontecer todos os dias. Estes são os grandes agentes de mudança, e terão que dividir o espaço com os novos operadores de negócio que tem muito a ensinar para o mundo tradicional. Não adie, pode ser esta a razão da causa mortis do seu negócio.
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