A reinicialização dos negócios
Jaqueline Weigel, W Futurismo, Brasil
A parada forçada exige um recomeço do mundo. A pandemia não pretende exterminar os negócios, mas estabeleceu um marco importante para reiniciar de forma urgente a maneira como o mundo, como organizações e empresas funcionaram até agora.
No futuro dos negócios e da sociedade, uma inteligência coletiva ganha cada vez mais espaço, assim como o trabalho colaborativo. A economia global já iniciou um novo ciclo pós era digital, com pequenos ecossistemas ganhando tração, enquanto gigantes globais desmoronam em seus pilares essenciais. Com comunidades menores ganhando forte identidade social, grandes empresas trabalhando em parceria, a economia pós-pandemia tende a ser auto-organizada e auto-reguladora.
Temos uma grande oportunidade de pensar no futuro sem ter que seguir os padrões predeterminados do passado e do presente, que se romperam junto com a curva exponencial da pandemia. A reinicialização traz liberdade para criar seus futuros a partir de novas idéias e não do antigo status quo.
O futuro pode não ser mais sobre empregos e sim sobre oportunidades mutantes de trabalho para todos. As empresas precisam revisar seu modelo de negócio com urgência, seu jeito de pensar e existir, e se tornarem capazes de transformar a visão atual para um sonho coletivo de longo prazo, que engaje pessoas em torno de uma construção com significado. O curto e médio prazo, a produtividade e processos internos obsoletos satisfazem diretoria e acionistas, mas frustram gerentes, funcionários e clientes. Assim, a gestão dos negócios será regada pela curadoria, pela gestão orgânica e pós moderna. A hierarquia já foi dissolvida no processo de horizontalização corporativa. A meta prioritária torna-se a ambição de contribuir com os desafios de sustentabilidade do planeta. O planejamento estratégico é adicionado à prospectiva, ou Foresight, e considera mais de uma estratégia exponencial e planos de ação para horizontes temporais diferentes.
Os negócios não podem mais servir seus acionistas apenas, e sim a sociedade, que usa sua inteligência coletiva para abraçar ou dispensar negócios abruptamente. Ecossistemas distintos se organizam de maneira natural em direção a um objetivo global comum: consertar o planeta.
Em uma visão de prazo médio, as economias ainda mais desafiadoras podem estar tomando forma.
É nesse contexto que surgem novas empresas com modelo distribuído, sem proprietário, sem patentes registradas ou acionistas esperando retorno de seu investimento. Um starter lança uma idéia e convoca pessoas e empresas de todo mundo a abraçar o projeto e a trabalharem em parceria para construir o negócio, que se torna um projeto do mundo. Como exemplo, temos o Hyperloop, lançado por Elon Musk.
A pandemia atual assegura que as práticas de economia criativa, circular e colaborativa tornem-se realidade. E em meio a essas práticas, são várias as variáveis que podem tornar a realidade no mundo pós-pandemia:
1) O mundo será reiniciado, e com sorte não absorverá nenhum tipo de colonização. O futuro pode ser criado a partir de olhares individuais e locais, e não será necessariamente igual para todos os países, tribos e segmentos.
2) Trabalhadores livres, multi qualificados e capazes de se mover entre os ecossistemas interconectados.
3) Uma sociedade horizontal e participativa, sem divisões entre governo e sociedade, empresas e funcionários, chefes e subordinados, professores e alunos, classes, sexo, cor ou idade.
4) Os governos devem perder autoridade, e ganham novos aliados para quebrar a burocracia de políticas públicas antigas, que costumam ser ineficientes.
5) Os avanços tecnológicos devem passar por novas discussões sobre uso com ética.
6) Trabalho remoto predominante. O escritório ou a empresa podem se tornar um local de interação social, catalisador para novos projetos. O mesmo pode acontecer com escolas e universidades.
7) Algumas empresas devem desaparecer, não por causa da pandemia apenas, mas porque o modelo de negócios já não funciona há um bom tempo.
8) Revisão e uso de espaço físico, equipamentos e formas de contratação de mão de obra. Uso não posse e contratos mais abertos, livres de inúmeras obrigações que inviabilizam os negócios no mundo digital.
9) Cultura global antecipatória , deixando de lado a cultura reativa, que tem guiado as empresas até agora.
10) Trans-Economia, com pequenos sistemas se auto-organiza e se auto-regulam para uma vida auto-sustentável.
Finalmente, vale ressaltar que todas as opções mencionadas acima urgem sob uma chuva de mudança de consciência.
A partir de agora, o mundo deve ser governado por cidadãos planetários que tenham uma mentalidade global mas ajam de forma local.
O futuro do mundo pode ser maravilhoso ou sombrio. Depende de como os seres humanos tomam suas decisões agora e o quanto seremos capazes de adiar a recompensa para focar exponencialmente na ética e na sustentabilidade do mundo através doss negócios. Mais do que retomada, é tempo de recuperação da identidade e da reinicialização de tudo.
Crédito da imagem: Sitel
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