Quem disse que 2030 é futuro? O planejamento estratégico para 2026 exige futuros na pauta

por | ago 24, 2025 | Cenários, Estudos de Futuros, Futurismo, inovação, liderança, Strategic Foresight, Tendências

24/08/2025 – Jaqueline Weigel – W Futurismo

Planejar como sempre ou incluir exploração de futuros / no planejamento de 2026?

Transformações aceleradas e complexas impulsionadas por fatores como avanços tecnológicos, mudanças sociais, crises climáticas, novas dinâmicas geopolíticas e incertezas econômicas vem trazendo novos desafios os negócios.

Nesse contexto, os modelos tradicionais de planejamento estratégico, baseados apenas em projeções lineares e históricos passados, ou metas óbvias seguidas por ações mensuráveis, tornaram-se insuficientes para lidar com cenários imprevisíveis.

Foresight Estratégico, a arte de mapear mudanças,  explorar possibilidades e entender o que está moldando a próxima realidade se torna um diferencial competitivo essencial para organizações que desejam manter relevância e prosperar em 2026 e além. Planejamentos para 2030 não serão o suficiente para garantir permanências ou crescimento no mercado.

Foresight no Planejamento Estratégico

Foresight é combina análise de tendências, cenários, sinais fracos e drivers de mudança para antecipar futuros possíveis e construir estratégias adaptáveis. Não se trata de prever o futuro, mas de criar capacidade organizacional para lidar com múltiplos cenários e responder de forma mais ágil e inteligente.

Já para o próximo ano, permite que líderes:

  • Identifiquem tendências emergentes antes da concorrência, cada vez menos óbvia
  • Reconheçam sinais fracos que podem se transformar em rupturas, e saiam da avalanche da moda das tendências
  • Visualizem diferentes futuros e preparem respostas estratégicas para mais de um contexto
  • Reinventem modelos de negócio para contextos de alta incerteza, antes de pensar em novos produtos apenas
  • Alinhem propósito, inovação e sustentabilidade em um plano robusto de curto e longo prazo alinhados

A maioria das empresas está perdendo para o futuro

Antecipar o futuro deixou de ser um luxo para se tornar uma necessidade estratégica. No entanto, a maioria das empresas globais ainda subestima o poder do #foresight — e isso tem um custo alto.

Um estudo global com 400 executivos da Forbes Global 2000, revela um paradoxo preocupante:

  • 81% usam as prospecções apenas para metas operacionais, e não para estratégias futuras
  • Apenas 42% possuem unidades dedicadas à prospectiva
  • Um ínfimo 1,2% olha para além de 10 anos, prazo mínimo para quem estuda futuros

A ironia é que #Foresight funciona. Quando bem aplicada:

  • 98% relatam melhor compreensão do cliente
  • 99% afirmam que ela revela novos segmentos de mercado
  • 91% destacam que reduz o risco em P&D

Mesmo assim, em grande parte das organizações, a exploração de mudanças está enterrada em processos tradicionais e raramente influencia as grandes apostas que definem o futuro.

O dilema corporativo: planejar ou antecipar?

A maioria das multinacionais ainda confunde planejamento estratégico com foresight estratégico. Enquanto o primeiro costuma se apoiar em dados históricos e projeções lineares, o segundo busca identificar sinais fracos, mapear tendências, explorar cenários disruptivos e desafiar suposições.

O resultado? Empresas presas ao presente, gastando energia para otimizar o hoje, enquanto negligenciam as possibilidades de amanhã.

Organizações que prosperam no Século 21 serão aquelas que:

  • Integram inteligência de futuros em suas decisões de alto nível
  • Criam estratégias adaptativas que respondem a diferentes cenários
  • Desenvolvem competências de antecipação para agir antes da disrupção

Por onde começar a transformar Foresight em vantagem competitiva:

1. Elevar os Observatórios de Futuros ao núcleo estratégico

O foresight precisa sair dos silos de inovação e chegar à sala de reuniões. Ele deve ser insumo obrigatório para decisões críticas — de fusões e aquisições à alocação de capital. Cenários futuros precisam guiar investimentos e moldar a agenda estratégica.

2. Promover uma cultura de exploração não só de inovação

As organizações líderes não têm medo de questionar suas próprias certezas. Isso significa dar permissão e recursos para que equipes explorem cenários improváveis, sinais fracos e tendências emergentes, mesmo que ainda pareçam distantes do modelo de negócio atual.

3. Ampliar os horizontes de tempo

Uma abordagem de lente dupla é essencial:

  • Curto e médio prazo (3-5 anos): proteger a competitividade e manter a operação eficiente
  • Longo prazo (10+ anos): mapear oportunidades transformacionais e preparar a organização para futuros radicalmente diferentes

Poucas empresas planejam além de 10 anos. Essa miopia estratégica abre espaço para que concorrentes mais ousados assumam a liderança.

4. Moldar o jogo, não apenas jogar

O foresight estratégico não deve apenas reagir ao ambiente, mas influenciá-lo. As empresas mais visionárias usam insights de futuro para:

  • Guiar padrões do setor
  • Antecipar regulamentações
  • Definir agendas públicas e narrativas sociais

Participar ativamente da construção de futuros desejáveis é o que separa líderes de seguidores.

5. Incorporar o foresight nos processos estratégicos

Foresight não pode ser um exercício pontual ou um relatório esquecido na gaveta. Ele precisa ser parte integrante do ciclo de gestão — das análises de risco às decisões sobre novos mercados. Empresas que fazem isso constroem resiliência, adaptabilidade e capacidade de influência.

O chamado à ação em 2026

O futuro não será definido por quem inova ou prevê o futuro, mas por quem agir primeiro. Em um ambiente de volatilidade crescente, a diferença entre as organizações que sobrevivem e aquelas que lideram está na capacidade de transformar incerteza em vantagem competitiva.

As multinacionais que quiserem liderar mercados precisarão:

  • Assumir o #foresight como competência organizacional central.
  • Criar estruturas dedicadas para explorar futuros possíveis.
  • Usar os insights para influenciar setores inteiros, e não apenas reagir.

Em 2026, não bastará jogar o jogo. As empresas vencedoras serão aquelas que moldam as regras e projetam o futuro que desejam liderar.

www.wfuturismo.com – expert em Futures Studies e Foresight no Brasil

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