O planeta cobra vorazmente os seres humanos pelos estragos feitos nos últimos séculos. A invasão das cidades, a extração de recursos sem cuidados, o desmatamento, a poluição do ar, das águas e o pouco cuidado com os impactos do que fazemos na natureza. Somos verdadeiros predadores inconsequentes do nosso mundo. Faltamos com o respeito para com o sagrado da vida, e nosso estado atual revela uma pobreza gigante de entendimento sobre nosso papel neste planeta.
Precisamos harmonizar as necessidades que temos com o uso responsável dos recursos naturais, e tratar de forma mais digna as demais espécies vivas. Elas não estão no planeta para nos servir e sim para coexistir conosco. Usar melhor a água, implementar a agricultura regenerativa e substituir as fontes de energia atuais são urgências do nosso tempo.
A COP26 tratou do principal assunto das próximas décadas: o clima. Os alertas vermelhos em relação às mudanças climáticas mostrou que não temos mais tempo e chegou a hora para que todos entendam que a forma que vivemos até hoje é nociva para as gerações futuras. Falo da vida futura do seu neto, do seu sobrinho, do seu filho, que em menos de 30 anos podem viver um mundo cheio de catástrofes e desastres naturais, porque mais uma vez, a geração atual não priorizou o que era de fato importante.
Este não é um assunto novo, é só mais um dos assuntos que nossa míope visão de viver o presente e não compreender que o fazemos agora, cria o amanhã de muita gente. Não haverá prosperidade, nem negócios se as questões do clima não forem endereçadas. Neste verão talvez já tenhamos uma crise hídrica, e você não poderá usar e abusar do seu ar condicionado como fazia, só porque pode pagar a conta da luz. Este é um assunto da conta de todos nós.
Países capitalistas andam na contramão da estrada do futuro, e continuam a barganhar o futuro para manter o poderio econômico em torno de fontes de energia fósseis, como carvão e petróleo. O uso de energia renovável cresce em todo mundo, e até 2052, deve ter substituído o que usamos hoje em 100%. Todo investimento do mundo terá que ir para a regeneração do planeta, e, energia, mobilidade, resíduos, cuidados extremos com a água estarão no topo da pauta a partir de agora, o que traz para o mercado inúmeras oportunidades de negócio e de trabalho.
2022 pode ser um ano melhor, mas econômica e politicamente será difícil. O crescimento da economia no mundo agora será lento, e países emergentes que lideram o mundo são vistos como assassinos do futuro. O poder mudou de mãos, está com a sociedade que não aceita avanços sem compromisso com a sustentabilidade real.
Interagir com as questões climáticas é mais do que nossa obrigação. Regenerar o mundo é o tom para 2022.
Jaqueline Weigel, futurista
W Futurismo – Foresight & Futures Studies, Brasil
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