Jaqueline Weigel, jornal Gazeta do Sul, 26 de julho de 2022.
Se você pensa que entendeu ou sabe alguma coisa sobre o metaverso, saiba que, de fato, você não tem nenhuma pista do que realmente é, diz James Whatley, chefe de estratégia da Diva Agency, Reino Unido.
Talvez seja mais uma jogada inteligente de Mark Zuckeberg, mago controverso do Facebook, que curiosamente mudou o nome de sua empresa para Meta. Mark é visto como gênio por alguns e como vilão do mundo digital por inúmeros outros, que tem um pensamento crítico mais aguçado.
Segundo James, o que estamos assistindo não passa de realidade aumentada, vídeo games em 3D e o tradicional online. Temos que parar de cair de boca em termos da moda, e entender o que realmente está acontecendo com nosso mundo. Já existe uma igreja do metaverso, o que mostra uma extrema falta de análise crítica das massas, colonizadas e conduzidas o tempo todo por um pequeno grupo de malandros que no final, enriquecem às nossas custas.
Pois bem, em 2022, já somos um planeta digital, habitado por seres lineares, adoecidos gravemente, porque nosso corpo físico, emocional, mental e espiritual não acompanharam a velocidade imposta pelos magos do mundo moderno. Corra ou você e sua empresa ficarão para trás! Atualize-se nas competências da moda, ou ficará obsoleto. Compre isso, seja aquilo, poste, leia, fale, debata, viaje para o Vale do Silício, para China. Corra!!! Atrás do que exatamente?
Nossos jovens estão perdidos em suas questões existenciais básicas. Os adultos defasados em seu jeito de pensar, viver e trabalhar. Há um enorme choque existencial no meio da maior crise que o planeta já viveu. No ano que vem, temos a desaceleração radical da economia, ondas de calor extremas e a crise dos alimentos. É melhor recuar, refletir e captar os sinais de mudança para enfrentar os próximos anos. Não há onde se esconder, nem como não ser impactado.
A tecnologia é a ferramenta do novo mundo, mas não o futuro em si. Inovar passou a ser cultura, e a inovação do Vale do Silício já se tornou modelo duvidoso no mundo dos que andam à frente do tempo. Deslumbrante para quem está descobrindo o assunto agora, mas atrasado e tendencioso quando se olha com a lente sistêmica do planeta. Mais um show americano nem tão sustentável assim.
Como resultado, adoecemos. A onda gigante de depressão já avança e está bem pertinho de nós. O Rio Grande do Sul, onde achamos que a qualidade de vida é muito superior ao resto do Brasil, ocupa o topo do ranking das doenças mentais, segundo Andreia Volkmer. Como herança da colonização alemã, saúde mental é besteira, é falta do que fazer ou de trabalho. A pior ignorância é aquela que tem como referência somente seu próprio pensamento, ou a cultura local como única fonte. O momento exige um olhar mais sistêmico e ampliado para o Século 21. Trabalhe nisto todos os dias.