Tendências x Sinais Fracos: como reconhecer futuristas profissionais

por | jul 27, 2020 | Estudos de Futuros, Futurismo

Por Cassiana Buosi, W Foresight Brasil

Estudos sobre Futuros, Foresight Estratégico, cenários e afins estão cada vez mais em alta. Mas você sabe como futuristas profissionais lidam com tendências, como elas são geradas e o que sinais fracos tem a ver com tudo isso?

O termo futurista ou futurólogo vem sendo utilizado por diversos profissionais no mercado. Mas existem muitas diferenças em suas atuações e o artigo de hoje explicará um pouco mais sobre a atuação dos futuristas profissionais.

Geralmente futuristas profissionais tem qualificação e formação em metodologias específicas para atuar no campo, ou ainda adquiriu uma experiência prática bem considerável em torno desta área ao longo dos últimos anos. Para muitas associações renomadas mundo afora, estas são as duas principais variáveis para que “admitam” um futurista em seus grupos.

Futuristas profissionais e o mercado brasileiro: como ser um futurista

Como dito anteriormente, futuristas profissionais não necessariamente tem diplomas, especialmente no Brasil, até porque nunca houve muita oferta – se é que houve – adequada para se especializarem. Isso começa a mudar desde 2019.

Algumas poucas universidades brasileiras até tem especializações em torno da disciplina, mas ainda não podemos comparar o que temos em nosso país com as possibilidades de especialização em países fortes no ramo como Estados Unidos, Finlândia e Austrália, por exemplo – ao menos em termos de ofertas.

Isso não significa que não tenhamos ótimos futuristas profissionais em nosso país. Pelo contrário. Seja por terem se especializado fora, aqui ou ainda terem se autodesenvolvido e colocado muito conhecimento em prática, observamos que felizmente os brasileiros começam a avançar cada vez mais neste meio.

Quem tem certificado de algum curso, deve ser valorizado por isso. Mas sempre investigue o que tal pessoa FEZ na prática em torno daquilo. Se só testou a teoria e não aplicou – ou buscou meios de aplicá-la – não se engane. A pessoa aprendeu só a teoria, o que já é um ótimo passo. Mas isso não faz dela um(a) futurista profissional.

Tendências e sinais fracos: uma forma simples de reconhecer futuristas realmente preparados

Comece observando:

  • O/A profissional sustenta com segurança e calma uma troca sobre um mundo daqui 10 a 20 anos, mesmo que em um único setor (negócios, educação, indústria, tecnologia, etc)?
  • Mantém um bom diálogo sobre suas visões de futuros com pessoas diversas, que inclusive o/a indagam?
  • Não tenta convencer ninguém de suas suposições?
  • Conhece a fundo ao menos uma metodologia reconhecida no meio – pode ser uma metodologia própria inclusive – que ajude com que organizações e pessoas vislumbrem cenários futuros E os persiga, dentro de suas possibilidades e preferências?

Se a resposta foi “sim” para TODAS as 4 perguntas acima, a probabilidade desta pessoa de fato estar conectada com estudos sobre futuros pelo viés profissional aumenta significantemente.

Se for não para uma ou mais delas… não tenho como afirmar que não seja futurista profissional, mas sugiro que você investigue melhor. Isso não significa que esta pessoa não seja um(a) futurista. Mas talvez lhe falte conhecimentos do campo de estudos sobre futuros e/ou experiência prática. E aí, se colocar no mercado como futurista profissional, vai de sua própria relação e compreensão em torno de ética.

Se você quer contratar ou se tornar futurista profissional, fique atento a estes pontos básicos. Estes, são apenas os básicos. ; )

Bons comunicadores de tendências geralmente não são futuristas. Há exceções.

Dentro da disciplina de Estudos sobre Futuros, existem diversas formas de atuação e uma delas é sim comunicar – e bem, na linguagem da grande maioria da população – futuros possíveis, prováveis, preferidos e outros.

Mas infelizmente o que observamos no mercado, especialmente o brasileiro, são leitores vorazes de relatórios de tendências que simplesmente propagam informações extraídas de tais relatórios e se… apresentam como futuristas profissionais.

Eu mesma me iniciei no ramo assim, digo, devorando relatórios. Mas por ter muita clareza desde o início o que é um futurista profissional – investiguei muito sobre há 11 anos atrás – jamais permiti que as pessoas me nomeassem como futurista.

Muitos que conviviam comigo, me diziam que eu era sim, estava estudando para me tornar uma. Bom, neste último ponto eu concordo. Mas nunca me autonomeei futurista por estudar e propagar o que já ia compreendendo.

Hoje atuo com Foresight Estratégico, com certificação na disciplina inclusive, mas que é um dos grandes pilares dentro de estudos sobre futuros – que é um vasto campo de estudos. E fazer parte do grupo W Foresight Brasil/ W Futurismo, indiscutivelmente eleva demais minha experiência teórica e prática.

Mas ainda não me vejo e nem me posiciono como futurista. E de verdade? Não sei se quero esta tag para mim. E estou bem com isso, desde que o mercado entenda o que eu faço e o meu valor.

Acredito mesmo que hoje o mais importante é que todos desenvolvam suas capacidades de pensamento antecipatório, de Futures Thinking, Futures Literacy. Não precisamos que todos se tornem futuristas profissionais. Agora, se é isso que você quer para você, eu apoio seu desenvolvimento! Mas saiba que o caminho é longo. Mas incrível!

Mas afinal, tendências não diz respeito a futuro?

Se um(a) profissional de futuros ou de Foresight não sustenta um bom diálogo sobre futuros de longo prazo, ou seja, no mínimo 10 anos, com pessoas não conhecedoras do ramo, ela pode ter uma ideia de futuros prováveis e possíveis para os próximos 10 anos. Mas suspeite que ele(a) está apenas fazendo uma leitura de tantos relatórios e estudos que foram desenvolvidos por tantos futuristas profissionais e núcleos de futuros do mercado.

Isso pode fazer de tal pessoas um(a) excelente comunicadora. E sim, ele(a) está falando sobre futuros, já que se falarmos de amanhã, estamos falando de futuros. Mas minha intenção aqui é apenas esclarecer a você que um(a) futurista profissional é diferente de um(a) futurista ou futurólogo(a) não especializado.

Todos tem o seu valor, sem dúvidas. Mas apenas futuristas profissionais estão capacitados para construir cenários futuros para organizações de forma mais eficiente e adequada e orientá-los sobre o que fazer com tais cenários.

E sinais fracos, o que são? Como entram na aplicação de Foresight Estratégico?

Bom, uma vez entendido minimamente o contexto de um(a) futurista profissional, sinais fracos é algo que tais especialistas se alimentam e compartilham quase que diariamente. É um dos principais combustíveis para seu trabalho, imaginação, apuração e aprimoramento de sua intuição.

“Um sinal fraco é algo ou um fenômeno que pode ser interpretado pelo seu observador como um indicador potencial de uma grande mudança no objeto de estudo.”

O objeto, neste caso, poderia ser um projeto de Foresight Estratégico para uma organização dentro de um determinado nicho ou ainda a geração de um relatório de tendências para um determinado setor para 5, 10 anos ou mais à frente do tempo presente.

Futuristas profissionais lidam o tempo todo com sinais fracos e são treinados, aperfeiçoados para captá-los e interpretá-los. São muitos destes sinais inclusive que alimentam muitos relatórios de tendências que impactam um número muito maior de pessoas, especialmente as que atuam em grandes organizações ou causas.

Sinais fracos são reconhecidos não por muitas similaridades de eventos – quando há muita sinergia, na verdade ele já é considerado um sinal forte. Os fracos são aqueles que muitas vezes quem os percebe nem sabe ao certo explicar para outros o porquê vê a relação entre um acontecimento e outro. Isso se dá por conta de uma intuição apurada de quem capta tais sinais e a intuição, por si só, é abstrata.

Por vezes estes acontecimentos são inclusive em territórios totalmente opostos no globo.

Conclusão: Pondere tudo isso quando pensar nos diversos papéis que hoje existem no mercado. E desde que sua expectativa esteja alinhada com o que de fato é, está tudo bem.

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