Esta semana o mundo comemora a Semana Internacional do Coaching, inciativa da maior e mais respeitada entidade de coaching do mundo, a ICF, International Coach Federation. Frequentemente as pessoas me perguntam o que acho do surgimento de tantos coaches no mercado. Todas as profissões surgem da mesma forma: primeiro ninguém conhece e em seguida todos a praticam. Aos poucos, ela se consolida, mas o assunto é banalizado. Com o tempo, quem é consistente se mantém ou se estabelece. No coaching não é diferente. O mundo inteiro tem problemas com a banalização. No Brasil, o problema é um pouco mais acentuado, eu reconheço. Temos aqui uma cultura de “se dar bem”, “de levar vantagem” de “ser malandro”, de com o mínimo anunciar o máximo ou o que é bom como marketing, mas não se sustenta na prática. Coaching é um assunto sério. É preciso muita responsabilidade para lidar com os assuntos profissionais ou pessoais de uma pessoa que se torna cliente de coaching. No Brasil, há muitos espertos surfando esta onda. Pessoas com formações duvidosas, condutas de baixa moral, bastante habilidade em marketing, boas intenções, mas atitudes questionáveis. São estas as pessoas que distorcem o assunto e lhe dão má fama. Grupos assim criam cursos de formação sem critérios, atraem clientes e alunos para suas formações sedutoras e ensinam metodologias que se tornam verdadeiros balaios de gato. Tanto o cliente quanto os profissionais que pretendem tornar-se coaches são enganados. O resultado disso são experiências ruins, cases abstratos, aventuras sem uma trilha consistente.
Coaching é uma profissão não regulamentada, o que não é ruim, porque assim preservamos uma importante liberdade. No Brasil, poucos sabem aproveitar esta liberdade e manter os valores éticos a frente de oportunidades de ganhar dinheiro. Somos um dos poucos países onde as escolas de coaching mais ricas e populares não são as melhores, mas são as que o consumidor vê na grande vitrine de compra.
Um coach sem credencial ICF é como um advogado sem OAB. Quem o avaliou? A própria escola de formação? Seria como se a universidade desse a OAB para seu formando. A ICF é uma entidade sem fins lucrativos, que não vende nada, só certifica ou credencia cursos e escolas, e promove a qualificação ao longo da carreira do coach. Assim como médicos, temos que estudar sempre. Há cursos formando coach master em 3 meses….como??? Master exige ampla experiência . Há muito contrassenso. O fato importante é que coaches precisam ter formação certificada, de preferência pela ICF. Cursos não formam coaches só informam sobre o assunto. Profissionais que usam um pouco de coaching em seus trabalhos não são coaches profissionais, são professores, terapeutas, consultores que usam coaching como uma das ferramentas.
O mercado consumidor sabe pouco deste assunto. As empresas já estão mais bem informadas do que as pessoas físicas. Coaching barato também é questionável. Coaches que misturam terapia, PNL, consultoria, mentoria, aconselhamento, etc ao vender processos de coaching também precisam ser analisados. Pode? Sim, mas em caixinhas separadas.
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O que respondo quando alguém me pergunta sobre este mercado é: quanto mais coaches melhor, porque a metodologia é espetacular, mas cuidado, assim como outras profissões, há requisitos para que um coach seja bom e habilitado para o que faz. Informe-se amplamente antes de optar por formação ou por contratação. Coaches bons tem horas de estudo comprovadas, em escolas sérias e certificadas, tem mentoria, supervisão, reciclagem e credencial. O resto, tem meu respeito pela intenção, mas terá meu questionamento sobre que tipo de coach você é e com que seriedade está oferecendo este serviço ao mercado.
