Dois dias para visualizar as reais ameaças e oportunidades da realidade e para ter os primeiros insights de futuros alternativos para o negócio. Mágica? Não. Foresight e suas poderosas metodologias de Estudos de Futuros.
Governos deveriam pensar em criar Ministérios de Futuros e as empresas, já mergulhadas na febre de inovação incremental, pensar em Núcleos de Futuros não Digitais apenas ou de inovação.
Futures Thinking, que aos poucos o Brasil começa a conhecer, deve se tornar obrigatória em qualquer discussão institucional ou corporativa a partir de agora. Ensinar o futuro passou a ser mandatório.
Mas os dragões do passado ainda insistem em me perguntar se sei a cotação do dólar do dia seguinte ou se posso dar informações privilegiadas, já que sou futurista. Enquanto eles debocham e desperdiçam seu tempo (e o meu), empresas despertas arriscam e contratam consultoria de futuros porque já entendem que virou assunto urgente e não opcional.
As discussões do país ainda giram em torno do curto prazo, da visão limitada a cenários, tendências, economia e política, enquanto um novo mundo paralelo surge e toma espaço rapidamente no mercado do novo século: o mundos dos pensadores de futuros antecipatórios.
Brasil ainda distante dos países desenvolvidos
O Brasil está longe do movimento de progresso do mundo. Culturalmente, politicamente, economicamente, estamos presos a uma herança complexa, marcada pela corrupção e pela falta de visão dos governantes e do próprio povo.
A indústria cresceu 1,5% em 2019, e o crescimento do país para este ano é estimado em 0,9%. O Brasil afugenta investidores globais por causa da má reputação em relação ao novo estado do mundo, especialmente na omissão aos problemas do caos climático global.
Assim como empresas, países precisam zelar pela sua reputação. ESG (Environment, Sustainability, Governance) passaram a fazer parte das discussões de negócios e, distintamente das ondas anteriores, a sustentabilidade agora é pauta obrigatória.
A ladainha de que bancos são instituições consolidadas, de que a indústria e o agronegócio é que levam nossa economia para a frente estão defasadas. Tentam acreditar que o futuro continua garantido, usando velhos mantras para perpetuar produtos ruins, que já não são mais aceitos pelo consumidor moderno.
Nas oficinas de Foresight Estratégico, levamos grupos a revisarem suas ladainhas e a sua realidade com o objetivo de mitigar riscos e projetar robustas oportunidades de futuros de forma pragmática. O Brasil ainda não tinha casos de Foresight Estratégico, mas a equipe da W Futurismo, pioneira no assunto no país, tem hoje o registro dos primeiros cases brasileiros.
Características comuns dos cases em andamento:
Os grupos têm uma imediata noção de urgência e de realidade, normalmente distante do que o que haviam percebido.
Chegam à conclusão coletiva de que as mudanças do presente são muito maiores do que transformação digital, tecnologia e inovação.
Com a aplicação da metodologias, os participantes organizam a sua visão do presente e percebem oportunidades futuras imediatamente.
Vários insights poderosos vem à tona, de pessoas que supostamente nem se consideravam criativas.
Os grupos visualizam sinais emergentes claramente e cria trilhas de futuros desejados e disruptivos.
Os decisores do negócio têm maior clareza para a tomada de decisão do presente.
A maioria conclui que o negócio atual não terá continuidade nem na forma, nem no modelo, nem no produto ou serviço que oferece.
A visualização de novos oportunidades para 5 e 10 anos surge ao mesmo tempo, e a criação de um plano estratégico de curto, médio e longo prazo integrado fica mais fácil.
Países como a Finlândia usam o Foresight para, junto com sua população, criarem projeções de futuros para 50 anos. Empresas como a Shell usaram Foresight no passado, com muito sucesso, mesmo hoje fazendo parte de uma indústria não muito promissora.
No mergulho que fiz em pesquisas sobre investimento para os próximos anos, garanto que investir no mundo velho é um erro estratégico grave.
Invista tempo, energia e recurso criando algo que ainda não existe. Aprenda o que é e como usar o Foresight, nome correto do que chamamos de Futurismo no Brasil.
