Estamos em tempos de mudança. Precisamos entender que a mudança não é opcional e sim uma constante em nossas vidas. Por breves momentos, alcançamos o nível de cruzeiro, onde há equilíbrio para podermos relaxar um pouco, usufruir, ajustar, mas em seguida, é preciso novamente apertar o cinto para pousar e decolar rumo a um novo momento.
Vivemos uma vida de impermanência, onde o reacordo e o recomeço são fundamentais nas diversas etapas do grande ciclo. A vida é um grande projeto, e é assim desde sempre. Como somos pequenos e limitados seres, gostaríamos que fosse de outra forma e passamos a nos iludir e a tomar como base para nossa rotina verdades ilusórias. O tom de reciclagem e mudança está fortemente no ar, desafiando a cada um de nós todos os dias. Muitas pessoas estão em questionamento sobre sua vida. O que realmente desejam, que tipo de vida gostariam de levar, quem gostariam de ser, em que país devo construir, a que tipo de negócio quer fazer parte.
Na era do tecnicismo e da simplicidade, estas questões sequer eram levantadas. Abraçávamos o que estava em nosso destino, e aquilo que por coincidência cruzasse nosso caminho. Com sorte, acertávamos ou errávamos. Ou talvez fosse necessária uma conspiração do universo a nosso favor.
O fato é que precisamos encarar nossas vidas, como seres adultos que mergulham para dentro de si para rever conceitos, desejos, crenças e modelos. Estamos na onda da simplicidade, do mais com menos. Mais com menos não é falta de abundância ou miséria, é mais foco no relevante e menos maquiagem em torno das coisas da vida.
Tenho percebido que quanto mais inteligentes ou intelectualizadas se tornam as pessoas, mais complexo fica o raciocínio e a lida com o emocional. Torna-se mais difícil vencer a mente e o ego que nos distrai e arrasta para o porão da vida. Pessoas simples tendem a ser mais felizes, mostram-se mais capazes de tomar decisões, fazer renúncias e assumir seus desejos. Como consequência, demonstram uma felicidade mais autêntica e duradoura do que muitos glamorosos iludidos, que passam suas vidas correndo atrás do poder e do status instituído e acabam no vazio e no escuro da alma. Quem perde tempo demais contando todas as estrelas perde a capacidade de apreciar o brilho da Lua.
Ser simples não tem a ver com ter pouco. Ser simples é abrir mão do supérfluo e manter o foco no essencial, apreciar o que existe, da forma que existe sem lamentar a falta. O culto ao que “poderia ser” nos torna prisioneiros da mente sabotadora, e leva nosso olhar sempre para o lado negativo trazendo insatisfação constante. Alto QI que há anos atrás dava vantagem às pessoas hoje pode ser um real problema. Emocionalmente precisamos nos desenvolver e aprender a lidar de forma mais simplista com nossas emoções. A vida não é como a imaginamos e jamais será como desejamos. Ela simplesmente é. As coisas são ou não são. Os termos “e se”, “talvez” complicam demais o cenário e atrasam a vida. Ponderar é necessário, mas acredito que é o momento de usar mais nossa intuição e nosso Quociente Espiritual, que interpreta o intangível e faz com que nossa alma nos guie perante a vida. Não é mais sobre ser emocional ou racional, é sobre ser inteligente e espiritualmente desenvolvido para navegar neste mundo imperfeito, mas maravilhoso.
Sexo como tabu
O tema sexo sempre nos remete a tabu. É estranho porque todos nós nascemos de uma relação sexual, que deveria ser vista como uma coisa normal e divina entre seres humanos. Segundo a filosofia oriental, sexo é a maior forma de elevação da alma. No mundo ocidental é que atribuímos termos como pecado, luxúria, impróprio e proibido. Sexo é uma das manifestações do amor. Conversar sobre sexo é falar sobre a saúde integral do ser humano. Pais deveriam promover estas conversas com seus filhos, de forma educativa, não invasiva ou ditatorial. O problema é que muitos pais de gerações anteriores são totalmente reprimidos e mal resolvidos com o assunto, portanto inábeis para falar naturalmente disso com seus filhos. Em tempos de família 2.0 onde a diversidade impera e as formas estão sendo alteradas, torna-se cada vez mais necessário. Aprender na rua é inaceitável na sociedade moderna. Se o fizer, não invente historias que não façam sentido para as crianças. Elas sabem do assunto desde muito cedo. Na vida real não há filtros, ou tabus, ou cuidados. Há situações de formas inimagináveis, que se apresentam todos os dias. Até então, fingíamos que os mundos paralelos não existiam, mas eles sempre estiveram presentes, desde Roma. Passe conhecimento, inclua o assunto naturalmente. Livre-se de julgamentos e ensine a não julgar. Cada vez mais teremos que conviver com as novidades do mundo moderno, e é bom que as crianças do futuro estejam preparadas para isso, e não sejam mais uma geração cheia de limitações, tabus, ou que lide mal com um assunto tão importante. Sexo é vida.
Comportamento – quando a vontade de falar mal de alguém aparecer olhe-se no espelho.
Dica – escolhas exigem renúncias