Futurismo: Relatório O Estado do Futuro 19.0
The Millennium Project, O maior Sistema de Inteligência Global sobre o Futuro do Mundo
A W Futurismo fez a cobertura do lançamento do Estado do Futuro no Brasil. O evento apresentou o relatório do Projeto Millennium e foi realizado dia 01 de março de 2018, Dia Mundial do Futuro, no espaço Habitat em São Paulo. A futurista profissional Rosa Alegria, co-diretora do projeto no Brasil apresentou os 15 desafios globais, e os mais apurados dados sobre o futuro do mundo. O Atlas do Futuro vem sendo apresentado em todos os nodos globais, e o fundador Jerome Glenn esteve com a plateia brasileira ao vivo online durante o evento.
SOFI – State of the Future Index 2017, mostra que o mundo em geral continua melhorando, em ritmo mais lento. A taxa global de melhoria para a próxima década será de 1,14%.em comparação a 3.14% de 1990 a 2017. As razões principais são a recuperação pós crise de 2008 e à recessão global de 2009.
Rosa falou sobre os 15 desafios globais:
“O mundo melhorou e piorou, matamos a fome mas não estando nutrindo as pessoas. O mundo não depende só da tecnologia. Andamos para trás em questões muito fundamentais como meio ambiente por exemplo. É difícil prever o que virá”, afirma a futurista.
Na explanação, vários alertas:
- O gráfico exponencial da tecnologia é o mesmo gráfico da destruição do planeta;
- Até 2010 o mundo teve menos guerras, hoje temos conflitos e guerras intranações, guerras individualizadas, lobos solitários, invasão de redes até então seguras;
- O mundo está voltando a ser um mundo armado.
Alguns dados são positivos, e a tecnologia nos ajuda até um certo ponto, mas não resolve os problemas essenciais do planeta. Não atua sobre a falta de consciência humana por exemplo e não envolve o poder subjetivo da escolhas erradas que fizemos para chegar até aqui.
A destruição sobre de patamar junto com a criação de um novo mundo, e cria um impasse imediato: como virar o jogo em um curto espaço de tempo? Ao olhar para a ciência, acessar os dados do mundo, estudar cientificamente a questão climática, sabemos que temos pouco tempo.
Quem mudará este jogo? As empresas que detém o poder estão indo para o caminho certo? Não serão elas as agentes de mudança do mundo e sim as startups, as médias empresas e os freeworkers, suportados por um ecossistema público privado que dê apoio à transformação disrutpiva.
Mudanças climáticas
O globo está conectado. Há complexidade, interligação, interdependência, e não existe apenas um desafio mais importante. O ecossistema como um todo é a parte mais importante.
Empresas que não consideram os desafios globais estarão fora do jogo em pouco tempo. A emissão de CO2 superou a temperatura e tivemos os anos mais quentes da história nos últimos 6 anos.
De toda água potável, só 13% é usado para vida. O Brasil tem 12% da água do planeta! Temos o novo petróleo do mundo: o petróleo azul. Desperdiçamos água de forma constante. 70% da água do planeta vai para agricultura, para soja que vira ração. É esta a razão pela qual teremos carne produzida em laboratório nos próximos anos. Podemos viver conflitos por causa de água, energia e terras em breve. Uma em quatro cidades já enfrenta o stress hídrico.
Teremos mais 2,2 bilhões de pessoas em 30 anos, inovar e ser disruptivos é essencial.
O século anterior propagou o crescimento acelerado e desgovernado. Neste século, Rosa diz que precisamos nos perguntar que crescimento é este? Ele gera vida ou lixo? 400 mil celulares por dia são jogados no lixo nos Estados Unidos. Insustentável!
A ONU apresenta água, energia e comida como as prioridades, e as grandes inovações terão que responder a estes três desafios do mundo. Unicórnios são lindos mas não podem servir apenas para aparecer nos índices financeiros e não se mostrarem sustentáveis em termos de desafios globais. Muito jovens anuncia propósito mas perdem o foco no meio do caminho, quando revelam que o que realmente desejam é ganhar dinheiro rapidamente.
Os 3 grandes pontos de exaustão do planeta, segundo o relatório:
- Biodiversidade
- Ciclo de nitrogênio e emissão gás estufa
- Aquecimento do planeta
Cidades inteligentes são o futuro: Songdo, Coréia do Sul, é a primeira cidade inteligente Em Miami já estão sendo construídos estacionamentos bem acima do nível do mar. Várias cidades e países estão ameaçados pelo aquecimento global: Londres, Los Angeles, Miami, Ilhas Fidji.
Os dados mostram uma realidade que teremos que encarar: a Quarta Revolução é positiva, mas há enormes ameaças e riscos. Há um bunker na Noruega, o Cofre Apocalíptico. Um arquivo mundial com um milhão de ingredientes ativos da biosfera da terra, em caso de desastre. Asgardia é um planeta que armazena dados dos cidadãos do nosso planeta sem se submeter às leis e constituições da Terra. A ficção saiu das telas e virou vida real.
Que escolhas fizemos como humanidade até agora?
Conectar-se com a vida é o primeiro passo. Cada um de nós precisa fazer algo que tenha fundamento. A Terra é um pálido grão de areia que precisa sobreviver à raça humana. Novos territórios estão sendo explorados para que nossa raça possa migrar no futuro. Mas este é o único lar que conhecemos até agora. Precisamos reinventar nosso modelo de vida e de produção.
Vemos surgindo regimes totalitários, crise de confiança, ameaças à democracia. 36% do mundo não tem liberdade de expressão. Já há iniciativas de vilas para criação de países sem governo. Na Holanda por exemplo: Regen Villages. No Brasil precisamos questionar para que serve nosso governo.
O futuro está mais perto. Somos seres híbridos não apenas biológicos…somos os androritmos, como diz o futurista Gerd Leonhard.
Já temos novas doenças como a Neofilia e algumas psicoses pós modernas. O desafio da sociedade está em ler o movimento complexo e caótico do mundo para dele vir uma nova ordem para a raça humana.
O século 21 será marcado por rupturas e inovações com consciência. O modelo atual do mundo não nos atende mais.
A decisão nas empresas
Segundo dados da MacKinsey, 43% das empresas que mais lucraram foram empresas que investiram no longo prazo. Elas tem 36% mais lucro que as de curto prazo e geram 12 mil empregos a mais. Depois da crise de 2008, é notório que as empresas decidem com base no medo, na escassez não na abundância que precisamos criar. Precisamos mudar o foco dos executivos no mundo.
TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação
Estamos em um mundo de dados que valem mais do que qualquer coisa.
O que define a velocidade hoje e a Lei de Moore, a Computação Quântica, e a Inteligência Artificial. Este são os 3 eixos para medir o potencial e a exponencialidade de uma inovação.
O mundo está mais rico, e nunca tivemos tanta desigualdade. Há um enorme índice de isolamento, suicídio e infelicidade entre jovens e crianças. Estamos nos desconectando uns dos outros, e isso nos torna doentes. São Paulo tem os maiores índices de psicoses do país. A saúde precisa ser reinventada e a humanidade precisa encontrar seu propósito real com tudo isso.
O grande desafio está relacionado à expansão da consciência da humanidade e a forma com que nos relacionamos com o planeta. Não podemos viver em torno da entrada da tecnologia e permitir que ela dê o tom do mundo em nossa época. A mudança é profunda e emocional, como afirma Klaus Schwabb, chairman do World Economic Forum. A era 4.0 reedita o DNA do ser humano em todas as formas. A discussão precisa ser ampliada e os diferentes atores do ecossistema trabalharem integrados em torno de um grande propósito: construir um futuro sustentável e possível para o planeta.
No centro de pesquisas da W Futurismo, descobrimos com a pesquisa da Capgemini que a grande barreira da Transformação Digital é a cultura, apontada por 62% de 1700 pessoas entrevistadas em 340 empresas de 8 países no ano passado. A Transformação Digital é a primeira de uma sequência de Megashifts, e começa pela discussão sobre a remodelagem do negócio, acompanhado pela criação da Cultura Digital não apenas pela inserção de tecnologias exponenciais. Negócios, problemas do mundo e impacto social andam juntos partir de agora, como sempre deveria ter sido.
Rosa Alegria e Jaqueline Weigel