O futuro está na moda. O mundo discute intensamente sua realidade e as possibilidades do mundo nos próximos anos. Futurismo não é uma ciência recente. Governos e universidades por todo mundo já usam Foresight para cenários futuros há muitos anos.
O assunto pode ter ficado restrito ao universo acadêmico e até hoje é pouco conhecido entre a maioria das pessoas. Com a conectividade, o assunto ampliou seu alcance. Os assuntos ligados ao futuro dominam as pautas da sociedade e dos negócios, e muitos ainda não compreendem como as disciplinas ligadas ao futuro podem nos aproximar do mundo que desejamos nas próximas décadas.
Sociólogos, filósofos, historiadores, trendwatchers, áreas de marketing e governo já fazem uso dessas metodologias há muito tempo. O futuro é incerto e desconhecido, mas emite sinais do que pode acontecer do presente para o tempo infinito. Na física quântica aprendemos que tudo que é manifestado na matéria, foi criado antes no pensamento ou no mundo invisível da energia combinada.
Dentro da disciplina do Futurismo, os termos Foresight e Prospectiva Estratégica ganham destaque quando o assunto é inovação nos negócios.
Foresight é um processo sistemático para visualizar as possibilidades do futuro a longo prazo, identificando tendências emergentes e áreas de pesquisa da ciência, tecnologia, meio ambiente e sociedade que impactam a economia e o modo de viver do planeta.
No Futurismo, os cenários do tempo que ainda virá são definidos como prováveis, possíveis, plausíveis e desejados ou preferidos, com intensidades fraca, média e forte de acontecer, emitindo sinais que podem servir de base para as decisões imediatas do momento presente. Com pontos chave mais claros, temos mais possibilidades de construir a realidade que desejamos.
A Prospectiva Estratégica vem tomando o lugar ou complementando o Planejamento Estratégico tradicional, e traz vantagem competitiva em tempos de inovação. Na maioria dos debates sobre o momento disruptivo do mercado, ouvimos muitos executivos entendendo claramente o que vai acontecer mas não sabendo com precisão como se preparar para o que vem ou antecipar o cenário na prática através de metodologias pragmáticas.
Esta é a resposta que estas duas metodologias trazem: como antecipar o futuro na prática, usando e polinizando metodologias de diversas escolas de futurismo do mundo. Jouvenel, Goudet, Peter Schwartz, Martini são boas referências de estudo no assunto.
O processo prospectivo promove prontidão para mudança organizacional, dá possibilidade às empresas de se prepararem e se adaptarem para absorver as ameaças e aproveitar as oportunidades da era pós digital. Prospectar é observar causas que causam mudanças, é investigar para antecipar o que poderá acontecer em determinada área.
Prospectiva e Futurismo andam juntos, antecipando, trazendo clareza e organização e ajustando planos do presente. Não garante o futuro mas reduz a margem de erro dos movimentos de inovação. Há uma série de questionamentos sobre o futuro do mundo e dos negócios. (Leia mais sobre as Organizações Exponenciais nesse artigo).
Passada a primeira onda de experimentação, empresas de todos os tamanhos talvez começam a investir em iniciativas com estratégias mais sólidas que o formato de Corporate Venture experimentado até agora.
Sabemos que muitos cases não deram certo, e que quem está acertando respeitou premissas como visão de longo prazo, estratégias bem elaboradas, tempo de experimentação, mais de uma hipótese em teste, investimento considerável em inovação e ROI (Retorno sobre investimento) negativo por um determinado tempo.
Futuristas são os profissionais que mais aplicam as metodologias de Foresight e Prospectiva Estratégica com diferentes focos. Alguns são mais voltados ao meio ambiente, outros a negócios, à economia, a tendências, a tecnologia.
Por que Foresight e Prospectiva são importantes?
Para identificar o estado atual real e construir uma visão de médio e longo prazo, onde os agentes sociais e corporativos estejam integrados e interligados. Não é possível falarmos de um ponto isolado do complexo universo que compõe o ecossistema do mundo e dos negócios.
Tecnologias exponenciais tem sido as grandes estrelas. Transformação Digital, o tema da moda, mas apenas o início da mudança. Todos esses assuntos precisam estar conectados ao contexto global e ao ecossistema do planeta, do contrário não farão sentido em algum momento.
As organizações estão inseridas em dimensões complexas: culturais, sociais, políticas, demográficas, tecnológicas, infraestrutura, segurança, meio ambiente, e a gestão dos negócios precisa contemplar todas elas para prestar seu serviço à sociedade.
Design Thinking atende o curto prazo e Prospectiva Estratégica o médio e longo prazo da mudança. Ver longe, de forma profunda, diversa, contemplar o humano, ser ousado usando técnicas e métodos de co-criação. As organizações não tem o hábito de pensar o futuro, porque o foco é excessivo nos problemas do presente.
Precisamos romper com a cultura do fazer coisas e sucumbir a pressões do imediatismo, e criar o costume de construir o futuro com ações definidas a partir de hoje. Quem o fizer não precisará temer o futuro, pois estará preparado para ele.
O Processo Prospectivo
Ver o presente com clareza, fazer uma retrospectiva, criar uma visão estratégica de futuro com várias alternativas e definir o futuro desejado, criando assim ações e políticas que o plano possa começar a ser executado.
Entre os métodos mais usados de Foresight e Prospectiva Estratégica estão o Future Forecast, Trendstudies, Painel de Experts, Futurologia e Ideação, Mapa de Predições, Matriz STEEPH, FOG, Cone do Futuro.
Em diversas conversas de negócio dos últimos meses, percebi um recuo e uma retomada da preocupação sobre o lado humano do futuro do mundo. O futuro é humano! Temos ciência, metodologia, recursos, criatividade à nossa disposição de forma abundante.
Podemos inovar de forma consistente, criar o futuro que desejamos, decidir o que faremos no presente. Para isso, é urgente que aprofundemos o olhar sobre o momento do mundo. A Revolução 4.0 é o começo de um longo tempo de mutação do planeta. Tudo será diferente, incluindo nossa espécie.
Imaginar o futuro requer tempo, paciência e criá-lo exige método e estrutura, ou criaremos castelos de areia que desabarão na primeira tempestade. O futuro é plural, múltiplo e para todos. Nos movemos por medo ou por esperança. Quando se sabe como usar os sinais do que ainda não existem para criar o que existirá de fato, a esperança predomina.
Os questionamentos sobre o futuro dos negócios
Muitas são as questões sobre o futuro no ambiente dos negócios. Talvez a primeira pergunta de tantas a serem respondidas neste momento é: o que se pretende nos próximos anos para o negócio.
Entre as possibilidades estão: aceitar a possível extinção, inovar de maneira incremental para aumentar a sobrevida, investir em disrupção ou preparar-se para ela disruptando a si mesmo, quem estará no comando dessa difícil jornada?
São perguntas complexas que deveriam dar o tom de qualquer iniciativa de inovação a ser implementada nas empresas. Questionar a existência da empresa também deveria ser pauta:
- Porque a empresa existe?
- Que falta faria ao mercado?
- Como as tecnologias afetam o negócio e o segmento?
- Quais os riscos imediatos e quais as oportunidades?
- O que precisa mudar no modelo do negócio e nos processos?
- Como a empresa pode ser em 2, 5 e 10 anos?
Pressa e aceleração são coisas diferentes. O olhar sobre o assunto precisa ampliar o espectro e o alcance. O debate precisa ficar mais robusto mais profundo. Podemos ser ágeis sem ser superficiais.
Hackatons, Festivais, Labs e Corporate Venture são incríveis, e talvez tenham sido a parte inicial de experimentação antes de investimentos maiores e mais estratégicos em inovação ou disrupção.
O que sua empresa deseja para 2025? Que futuro o seu negócio está criando? Como absorve as informação e o que faz com elas na prática? Saber as respostas para essas perguntas é o que definirá o futuro de qualquer negócio que exista hoje – ou a partir de hoje!
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