Mais do que inovação apenas ou uma alteração no modelo de negócios, a era exponencial requer um novo tipo de pensamento. Modelos mentais e atitudes disruptivas são o futuro dos negócios e do mundo.
O tsunami está próximo
Ao circular pelos grupos que discutem a inovação, percebo um olhar limitado, parcial, sobre apenas uma parte do grande tsunami mundial. As mudanças no planeta vão muito além do óbvio universo dos negócios. Estamos em disruptura global, e claramente startups, ExOs (Organizações Exponenciais), ecossistemas de inovação e portais como o Vale do Silício, são pequenas partes de uma grande onda que envolve nosso planeta.
Os céticos imaginam que a ciência avança como sempre avançou, que o homem progride por ser inteligente, super capaz de criar invenções extraordinárias através da sua genialidade.
O planeta passou de 1 para 7 bilhões e agora caminha para 10 bilhões de pessoas. Quem comanda esta explosão demográfica e porque ela está acontecendo agora?
Muitas são as perguntas e diversas podem ser as respostas. O planeta disruptado exige um novo tipo de habitante: rápido, corajoso, mais consciente do seu papel, colaborativo e menos predador da sua espécie ou da “casa” que habita. O fim do capitalismo já começou, e a era do TER vem ficando para trás.
No coaching avançado, não nos importamos muito com o objetivo do coachee e sim com o que ele deseja SER no futuro. Assim vem se movimentando o nosso planeta. O que queremos ser no futuro como humanidade?
À frente dos negócios até agora estiveram grandes executivos, geralmente formados em boas universidades, experientes, talentosos em gestão ou administração. Hoje, mesmo bem graduados, o conteúdo tradicional se tornou obsoleto e o modelo tradicional de negócios entrou em módulo de sobrevida. O fim já foi decretado.
A tecnologia vem causando uma grande mudança de comportamentos, e as alterações vem sendo em tamanho velocidade e escopo que poucos acompanham o movimento. Rapidez e timing passaram a ser vantagem competitiva. Nunca houve nada tão promissor ou poderoso como a era que começamos a viver agora.
Como executivos com pensamento linear conduzirão a mudança para os modelos exponenciais?
Os Executivos Exponenciais
Teorias de inovação e valorização de pessoas estiveram muito bem posicionadas nos discursos e nos quadros corporativos. Teoricamente admiráveis, mas pouco reais na prática e na hora de tomar decisões.
Claramente, executivos tradicionais tem o hábito de recolher informação, basear-se em experiências anteriores e tomar lentas, engessadas e tímidas decisões relacionadas à riscos ou investimentos fora do escopo habitual dos negócios. Além disso, foram treinados para proteger a escassez, a não transparência e a gestão top down dos sistemas produtivos.
Em nossa época, precisamos ultrapassar rapidamente os limites acadêmicos, sociais e políticos e acelerar a transição do modelo “analógico” de pensar para o modelo digital.
O Brasil perante o mundo está muito atrasado. Além da crise econômica, os executivos no comando tem pensamento cristalizado, com foco local e interno, formação deficitária e ainda não entenderam o MTP (Massive Transformative Purpose).
Negócios precisam capturar corações e mentes, ter aspirações e existir para grandes realizações. Muitos dos executivos atuais continuam buscando apenas boas oportunidades e gastam muito do seu tempo para atender os anseios de acionistas do modelo antigo.
Como tudo na vida, a transição é um processo, e apostar na inovação disruptiva é para poucos e para corajosos. Investir em inovação e tornar-se híbrido é o primeiro passo. Não é preciso exterminar o que já existe e sim manter em equilibrar enquanto o novo é criado.
A expectativa do cliente mudou, os produtos estão sendo melhorados, novas formas de colaboração estão sendo criadas, e os modelos operacionais estão se transformando em modelos digitais.
Segundo Klaus Schwab, estamos indo em direção a um mundo mais seguro, e precisaremos de um renascimento cultural. Mente, coração, alma e físico terão que se integrar em um ritmo único e sincronizado. Para executivos tradicionais, esta nova linguagem pode não fazer sentido ou pode não ser claramente compreendida.
No universo corporativo é preciso expandir a cultura imediatamente, criar o pensamento disruptivo e repensar o modelo organizacional. Estruturas matriciais não funcionam em época exponencial. ExOs se organizam em torno de informações, de IDEAS (ordem, controle, estabilidade) e SCALE (criatividade, crescimento, incerteza).
Onde estão os executivos capazes de confrontar o status quo e criar uma ExO ou liderar a transformação de uma empresa tradicional em uma ExO?
Entre os atributos do novo CEO precisa constar coragem, curiosidade e um profundo desejo de disruptar. Fazer pequenas inovações não bastam para a transformação digital, nem copiar modelos já existentes de empresas que nasceram digitais.
O CEO exponencial precisa criar núcleos de equipe “lego”, com conhecimento na área e no aprendizado das máquinas. Precisa trabalhar com staff sob demanda, criar equipes que que adotem algoritmos e sejam capazes de trocar ideias rapidamente. As equipes dão o tom não o CEO.
É uma inversão completa da fórmula que conhecemos hoje. As decisões do mercado já estão na mesa. Adiar ou demorar pode significar o fim do negócio. Não há tempo para hesitar. A reação ao novo mercado terá que ser breve.
No Brasil, os executivos tradicionais sabem do desafio, mas poucos tem o modelo mental disruptivo ou acompanham quem tenha. Hesitam, esperam soluções prontas, elegem pessoas externas ou imaginam que copiar as novas fórmulas é o suficiente. Terão surpresas nos próximos anos.
Além disso, costumam investir recursos insuficientes em projetos de inovação e no desenvolvimento das pessoas, porque foram treinados para gerenciar coisas não ideias. Destinar pouco investimento para a transformação digital é um erro fatal. Não há tempo para esperar momentos estratégicos.
O que vemos no mundo é uma pequena amostra do que virá nos próximos anos. Os executivos em geral ainda não elegeram o assunto como prioridade em suas listas de urgências.
Modelo exponencial
O modelo exponencial ajuda o mundo e os executivos a encontrar melhores soluções para seus negócios, mas CEOs terão que deixar de operar em um mundo previsível e entender que disrupção representa vantagem competitiva.
Startups surgem a todo momento, e elas representam um real perigo para as empresas tradicionais de qualquer tamanho ou segmento.
Criar um MTP é o primeiro passo. Checar as ExOs do setor, mudar o modelo mental e a cultura dos talentos que serão os agentes da mudança internos, aceitar staff sob demanda, buscar novos produtos ou serviços baseados na informação, trocar planejamento estratégico por análise preditiva, criar oficinas de inovação, rever o modelo de negócio e adotar a automatização é o inicio da rota para o futuro.
O mais difícil para o board de qualquer empresa tradicional é navegar no modelo de abundância. A economia de consumo está se transformando na economia de criação. Escassez significava valor, hoje não mais.
ExOs tratam da abundância, usando a informação. ExOs depois de criadas criarão ExOs menores. E quem hesitar por muito tempo, fará companhia a empresas históricas como Xerox e Kodak.
Texto publicado no site Futuro Exponencial
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