Jaqueline Weigel, futurista, para Jornal Gazeta do Sul, 06/03/2023
A mudança tornou-se uma presença diária na vida de todos nós. No Século 21, adaptar-se rapidamente passou a ser condição de continuidade. Até 2025, a nova geração representará 75% da força de trabalho do mundo, e eles estão determinados a viver e a trabalhar com propósito, cientes de suas escolhas e das renúncias necessárias para que construam a vida que acreditam.
Diferente das gerações anteriores, tem a seu favor a diminuição das fronteiras, as tecnologias disruptivas, o acesso a tudo e infinitas possibilidades. Muitos ainda se sentem completamente perdidos, porque podem tudo, mas não tem estrutura interna para traçar rotas de futuro que se sustentam.
Muita gente continua completamente distraída do que realmente vem acontecendo no mundo, e segue lutando contra o movimento natural de evolução e progresso. Outros, vivem deslumbrados com a tecnologia, achando que ela é o impulsionador do futuro ou o futuro em si, sem se questionar de que forma ela impactará de fato nossa espécie.
Há uma real negação do futuro na maioria das vezes, porque temos pouca habilidade nata ou coragem de lidar com ele. Quando o fazemos sem nenhum método, não nos apropriamos do que parece distante e incompreensível, e vamos tocando a vida, nos apegando a inovações tolas e insignificantes. Inovar sem destino de longo prazo tem levado empresas e ecossistemas a um voo cego e desastroso, deixando o porvir aos cuidados da sorte e das apostas.
Uma boa estratégia de inovação, que atenda os diferentes anseios geracionais, deveria começar com a projeção de dados sobre mudanças em curso, para que se tenha a chance de escolher o futuro que desejamos. Só assim é possível construir uma robusta visão de longo prazo, para então, voltar ao presente e dar sentido e significado aos planos do agora. É isso que sinto frequentemente que falta nas empresas tradicionais, movidas por oportunidades e lucros apenas.
ESG, diversidade, agilidade de resposta, gestão, liderança e governança antecipatória são as novas premissas do mundo dos negócios, e um ponto cego entre as gerações.
Alguns executivos ainda declaram que falar do futuro é desnecessário, inconsistente e difícil. Quem não sabe como explorar os próximos anos, acaba preso em estratégias comuns e frágeis, que se desconstroem em um mundo volátil.
Estamos na era da consciência individual e coletiva. Quem espera ou adia a mudança pode ter seu presente e o seu futuro largado à sorte. Não podemos mais hesitar. É hora de pensar junto com o planeta e de mudar a realidade à nossa volta. Empresas com compromisso e propósito com o futuro são mais ricas em todos os aspectos.
O preço cobrado pela demora no ajuste de rotas pode ser mais alto do que se está disposto a pagar, e normalmente, a conta vem em valores que ferem nossa reputação, mais do que nosso bolso. As novas gerações já descobriram que lucro e dinheiro andam junto com a responsabilidade das escolhas que fazemos todos os dias. Abrace o futuro, ele é nosso único destino.
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